Amarradas, queimadas, repreendidas e silenciadas por muito tempo.
Acostumadas a serem subestimadas, reprimidas. Bem-tratadas somente em momentos pontuais e certeiros.
O que é ser mulher?
O conceito já foi simples: sexo frágil, burra, limitada.
Quantos gostavam de acreditar em nossa pouca serventia para fazer negócios, ter opiniões e controlar nossas próprias vidas? Aquela que criava filhos, cuidava do lar e remediava conflitos por baixo dos panos nunca fora digna de mais nada. Sofremos, lutamos e choramos por direitos. Conseguimos melhorias.
Mas como se livrar do que nos foi ditado ser?
“O que fazer com um lugar de fala que nos foi negado por tanto tempo? Algumas sabem as repostas para essas e muitas outras perguntas. Outras sentem-se perdidas pelo furacão de amarras antigas.”
O ato de se libertar de antigas amarras e de adjetivos impostos por opiniões mesquinhas e egocêntricas pode ser doloroso. Porque, afinal, o que é ser uma mulher com conceitos atualizados e descontruídos? Como ser uma personalidade empoderada para uma sociedade que está em constante mudança?
Será que preciso trabalhar fora? Ter tatuagens e cabelo colorido? Será que não posso mais gostar da maternidade? Ou preciso ser sempre forte? O que fazer com um lugar de fala que nos foi negado por tanto tempo? Algumas sabem as repostas para essas e muitas outras perguntas. Outras sentem-se perdidas pelo furacão de amarras antigas.
Crescer nunca é fácil.
Uma ferida, enquanto cura, coça, incomoda e deixa a mágoa da frustração de um dia ter se machucado.
São dias de justificativas e buscas constantes.
“Não sou fácil.”
“Não gosto dessa cor.”
“Gosto de falar palavrão.”
“Não me importo com o que os outros pensam de mim.”
“Não quero mais viver assim.”
“Não aceito isso.”
Afirmações que acompanham respostas como: “Aquela ali é problemática, de personalidade forte. Cuidado!”.
O que não se vê é que, junto a cada afirmação, uma evolução acontece. A era de mulheres que procuram saber e entender o que as fazem plenas em todos os âmbitos de suas vidas chegou.
Todo o tempo investido em políticas, artes, leis, festas e palestras tem um único objetivo:
O direito de ser quem se quer ser.
O direito de se perguntar “O que me faz uma mulher feliz?” e ter uma resposta. Ponto. Simples. Puro.
Não precisamos vestir rótulos. Não precisamos ser descontruídas, alegres demais, insensíveis ou satisfeitas acerca de tudo na atualidade só por ser uma versão melhorada do que já se foi.
A mulher verdadeira é contra aquilo que a prende. A mulher verdadeira é contra aquilo que a segura para trás, que a impede de ser nada mais que ela mesma. Não é preciso acordos com terceiros.
Saiba consigo mesma o que é ser feminina. O que é bonito, livre e gostoso de se viver.
Não cabe a ninguém dizer como devemos nos sentir em relação a tantas mudanças que acontecem na vida e na sociedade.
“Saiba consigo mesma o que é ser feminina. O que é bonito, livre e gostoso de se viver.”
O tempo passa e as conexões mudam, assim como as certezas.
O que fica na memória são a dor, o amor, o riso fácil e o aprendizado de tantos arrependimentos constantes.
Não devemos nos julgar tanto. Nem nos martirizarmos a todo momento por não seguirmos estereótipos.
Correr atrás daquilo que outros acreditam ser certo para nós nunca pode ser o objetivo de nada.
E sim a liberdade.
O crescimento.
E a evolução.
Solte-se como uma mulher, lute como uma mulher, seja o SEU conceito de mulher.
Seja ousada ou tímida. De rosa, branco, azul ou preto. De cabelo curto, longo, encaracolado ou liso.
“Solte-se como uma mulher, lute como uma mulher, seja o SEU conceito de mulher.”
Acompanhe-se de maquiagem, saltos e lingeries sexys, mas também de peles hidratadas e naturais, pés descalços, unhas não pintadas e roupas largas que não oferecem nada além de conforto.
Você não precisa ser séria para ser respeitada, falar baixo para ser elegante ou evitar roupas de que gosta para parecer qualquer outra coisa.
Você precisa ser você.
Pura. Única. Livre. E feliz.
Alexia Road escreve para a coluna Empoderamento Feminino
Encontre-a no Instagram @alexia_road