Paredes sem quadros, calça sem cinto e orelhas sem brincos. Sempre gostei de coisas inacabadas, sem o “toque final”. Achava que ser diferente era mais interessante, mais original. Com o tempo, com a idade e com a mudança que todos nós sofremos em diferentes graus na vida comecei a achar que a parede da minha casa estava triste sem um quadro para adorná-la. Que talvez, só talvez, um quadro colorido pudesse complementar o que já estava bonito.
E nesse mesmo momento percebi que minha cintura, já calejada de tanto crescer e diminuir depois de engravidar, comer exageradamente, fazer lipo e dietas malucas, precisava de um prêmio de consolação. Algo que a destacasse no conjunto da obra.
E por que não incluir um brinco, ainda que discreto, para enfeitar minha esquecida orelha? Porque acessórios, adornos e peças secundárias nunca foram minha prioridade, eram somente “detalhes”. Detalhes que com o tempo acabei descobrindo, serem de fundamental importância para o conjunto da obra. O conjunto da obra que chamamos nossa vida. Porque o detalhe é o que muitas vezes faz toda a diferença.
Hoje todas as minhas paredes possuem quadros, minhas calças levam quase sempre um cinto e minha orelha sempre tem um brinco (discreto, mas tem!).
Fui! (perceber mais os detalhes da vida…)