Finalmente, cheguei a um ponto em que meus pés não conseguem se movimentar; não consigo sair do lugar e, para onde quer que eu olhe, sempre vejo uma enormidade de opções difíceis de acessar… um velho amigo uma vez me disse que não existe decisão difícil, existe apenas a angústia em tomá-las.
E, em todas as vezes em que vejo esse enorme diamante bruto, pronto para ser lapidado, percebo que me esqueci das ferramentas adequadas em uma outra esquina. Tento voltar para buscá-las, mas não encontro mais o caminho que me trouxe até aqui. Vejo meus amigos de caminhada com um semblante diferente, alguns com uma raiva viva que sai por seus poros dilatados, e outros com um perfume de lavanda que refresca o ambiente em que suas vozes calmas adentram.
Sou comovida pelas várias sensações que me levam aos antigos contatos que mantinha e prefiro encontrar-me com os que exalam o cheiro doce da sua paz, tão eficiente quanto escassa nos dias de hoje.
Peço perdão aos outros, aos que não conseguiram lapidar suas pedras a tempo de acompanhar-me e sigo meu caminho da forma que posso, ainda sem acabamento e sem todas as ferramentas que preciso, mas certa de que meu diamante ainda reflete um brilho poderoso, cuidadosamente lapidado por anos de dores, mágoas e abraços de despedidas dilacerantes. Hoje lustro meu diamante com mais zelo e dedico-me a encontrar as ferramentas que vão conseguir extrair o melhor brilho que existe dentro de mim.
Fui! (Decidir qual caminho receberá meu brilho…)