Todos nós somos seres humanos complexos. Somos cheios de crenças e valores distintos. Alguns se sobrepõem, outros se contrapõem e alguns se completam… Somos também controversos e difusos… Não sabemos ao certo se Laura ou Ana é a mais bonita, mas sabemos que ambas são lindas e distintas. Uma morena e a outra negra. Não são totalmente opostas como uma loura. Têm algo que as conecta, mas, no resultado final, o que se vê é a aparência…
O mesmo ocorre no mosaico das religiões. Seguimos oficialmente uma religião, assim como uma estrada, que pagamos pedágio e seguimos as regras de sinalização. Mas isso não nos impede de, às vezes, e sempre também, pegarmos um atalho por outro caminho mais rápido ou mais bonito, ou ainda, com menos curvas… A estrada principal que escolhemos não é necessariamente a única que devemos seguir para chegar ao outro lado do morro… Podemos e devemos seguir quantas estradas desejemos, se essas estradas nos parecerem seguras, confortáveis e estimulantes. E todo caminho alternativo pode virar sua estrada definitiva. E, se não virar, há sempre a chance de voltar para a estrada inicial.
Acreditar nos Santos da religião católica, não lhe impede que também acredite nos Orixás da Umbanda. Assim como ser evangélico, não deveria lhe impedir de ter aulas de Cabala, linha espiritual que tem origem no judaísmo…
Se foi Jesus, Moisés, Buda ou Oxalá quem fez a minha vida realidade, eu só tenho a agradecer… Agradecer, a quem eu acredito e a todos os outros (em caso de…). E, quem sabe, se um movimento importante para a minha evolução espiritual, não seria justamente quebrar o preconceito que tenho pelo que não está impresso no meu critério de religião e começar a ter mais humildade para aprender que o completo do branco reúne várias linhas coloridas em uma circunferência perfeita, sem lados e opostos…
Fui! (saudar Iemanjá…)
Obs*: Crônica antiga, datada de 02/02/2012, aposentada no site.