De todas as novidades advindas da última safra de conteúdo obrigatório da internet, foi o novo idioma essencial que mais chamou minha atenção: “instagramês”. Escutei de um jovem senhor, sobrevivente aos seus trinta e poucos anos e detentor de um enorme bigode estilo mexicano, que mais importante que o inglês é o “instagramês”, forma essencial de comunicação nos dias atuais.
Realmente, este profissional sabe o que está falando e segue lucrando milhões com seu talento e carisma (apesar do “bigodón”), aliado a todas as estratégias bem-sucedidas que implementa em seus cursos, amplamente divulgadas na sua conta do instagram. Longe de mim falar mal de suas ideias e ensinamentos, inclusive, acrescento que aprendi muito com ele!
Mas meu ponto aqui é uma reflexão sobre a arte da criação e seus desdobramentos positivos na experiência de um usuário muito importante, embora constantemente negligenciado nos discursos de topo de funil ou de jornada do consumidor: “o próprio criador”.
Este ser, que angaria milhões de quilômetros de conhecimento essencial para se manter vivo no complexo universo digital das redes sociais, ocupa ainda um lugar nas sombras da experiência do usuário, navegando sem rumo por águas entediantes e extremamente cansativas… ele é o elo perdido que nosso querido Kotler se esqueceu de cuidar, aquele menor abandonado do marketing tradicional que hoje é sufocado rotineiramente no marketing digital.
E, em todas as milhões de vezes em que escuto de um novo influencer milionário que é essencial manter-se ativo nas redes sociais, que é necessário humanizar seu perfil, que o conteúdo deve ser produzido em larga escala para atender às exigências editorias de seguidores que mal conhecem você ou melhor, a “sua voz”, mais me aproximo do pensamento de que quero remar contra essa maré, ainda que isso signifique minha imobilidade financeira.
Porque não quero falar com quem não está disposto a ouvir meus discursos, entoados com minha voz rouca e pouco convencional; não pretendo desdobrar-me para acompanhar seguidores que não conversam com essa minha marca pessoal, que é a de uma pessoa provocante, quente, estimulante, complexa e intensa.
Não me importo se ganho ou perco seguidores, mas me importo com o valor da minha arte, que deve convergir para um lugar de destaque na minha “roda da vida”, afinal, é disso que se tratam os novos movimentos dos recursos humanos: entender o ser humano em sua diversidade e fazer com que cada um viva de acordo com sua própria ideologia, dentro de um mesmo espaço. Então, assim deveria ser no universo das redes sociais: todos seguindo seu caminho e buscando adequar as marcas e pessoas às suas próprias propostas de valor, assim como todos os CRIADORES DE VALOR, desenvolvendo livremente seus trabalhos e buscando alcançar uma máxima taxa de conversão de si próprios, em busca de uma satisfação que posteriormente seria (ou será compartilhada) por seguidores reais e de fato, que dialogam com seu conteúdo.
Mas essa é a minha utopia digital, que só existe por enquanto na minha mente criativa, que explora novas possibilidades de trabalhar realmente com o que importa e transmitir essa ideia de uma forma orgânica e não técnica ou estratégica.
Muito bom conversar com você nesses poucos minutos em que consegui prender sua atenção, mas agora despeço-me para voltar à maratona de escrever 2 posts e produzir 27 stories, todos com propósito de atrair, reter, relacionar e fidelizar com a linguagem do “instagramês”, que para mim é fácil, apesar de entediante…
By Cris Coelho