Por vezes paro e me pergunto do que preciso para ser feliz. Não encontro rápido as respostas, mas sigo buscando por alguma que console minha alma inquieta por diagnósticos, relatórios e feedbacks. Tento estabelecer uma razão entre o cotidiano exaustivo que preenche meu dia e as lacunas vazias que soam faceiras pela minha voz, desesperada por um algo a mais que eu nunca consigo alcançar…
Cubro-me de mim em tons esverdeados de esperança e ensejo um toque de recolher quando o assunto são os quereres de outro alguém; finjo estar satisfeita com suas análises e esbarro na preguiça constante de atender aos critérios que eles estabeleceram para os mais altos patamares no quesito felicidade, e então, sem querer, entendo qual é minha vontade genuína neste pedaço de mundo em que habito.
Não são tantos os desejos que se apresentam nesse universo de descobertas do meu infinito eu, mas são todos legítimos e indecentemente modestos, como um banho quente demorado ou um pouco de comida verdadeira para preencher a fome que tenho da minha infância feliz.
Encontro razões para fechar meus olhos e respirar um pouco de tudo que preciso, em doses homeopáticas e elucidativas de como minha felicidade é disponível, ainda que pouco acessada… então, falo em voz alta os itens que preciso para alcançar meu nirvana pessoal, para que não me esqueça de incluir todos em minha rotina exaustiva. E do que preciso, afinal?
Preciso de pedaços grandes de chocolate para entregar um pouco mais de doçura ao meu corpo; preciso de um esmalte vermelho nas mãos para enxergar desejo em todas as vezes que olhar para minha parte mais disponível; preciso de uma saia bem larga e comprida para dançar comigo durante o percurso do dia; e preciso, por fim, de um pouco do meu tempo para entregar ao silêncio que vive nas sombras de todos os meus pensamentos.
Fui! (Relaxar…)