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Iludidos

Ser iludido, muitas vezes, é bom. Acreditar em algo que nos faça bem, redundantemente, nos faz bem. As ilusões, muitas vezes tidas como vilãs da vida real são, na verdade magistrais psicólogas do cotidiano que abaixam o véu para melhorar a bagunça da vida.

Viver nos dias de hoje está realmente difícil. A realidade, quando não entra em nossas casas, nos comove da janela. Somos todos vítimas e culpados de um sistema sem solução. O real tornou-se vazio demais, escuro demais, difícil demais. Na realidade “nua e crua” vemos muito amigo egoísta, parceiro infiel, bandido letrado, pessoas se ofendendo de graça e o caos dominando a nossa colapsada e falida geração. Temos a oportunidade de lutar, mas a verdade é que a causa já está perdida. Temos a oportunidade de melhorar, mas a melhora não vai influenciar verdadeiramente a vida de nenhum dos agentes fiéis ao “sistema”. Temos ainda a oportunidade de tirar o véu e ver exatamente, com mais nitidez, o que se passa por trás dele. E para quê?

A verdade é que acreditar em algumas ilusões não é sinal de covardia, mas sim de estratégia de vida. Ilusão e esperança caminham de mãos dadas em tempos diferentes. Enquanto a esperança projeta algo para o futuro, a ilusão trasforma sua realidade atual em algo mais brando e mais fácil.

E vamos combinar algo? Vamos aceitar o que não pode ser mudado, mas sempre com um acessório ao lado para nos ajudar a enxergar um pouquinho mais embaçado…

Fui! (comprar meus óculos escuros e minha garrafa de Whisky Double Black…)

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