Este texto é tão somente para ilustrar a nossa vida com a história dos “avanços” conquistados pela população LGBTQiAP+. Se faz sim, para registrar ao menos aqui neste veículo até onde, como e o que falta ainda para alcançarmos o pedestal de honra da dignidade lógica da humanidade.
Trazer um pouco da história dos gays, lésbicas, transexuais, travestis, intersex, queer, assexuados e etc...Trazendo uma pauta reafirmando a existência de todos nós. A necessidade de dizer quem somos está em assegurar o direito sobre nós mesmos, nossos corpos, mente e tentar combater a invisibilidade a nós imposta desde sempre.
Temos uma história construída a base de muita força e resistência que vislumbra a transformação da sociedade de forma a transformá-la em um lugar mais humano. Utopia? Veremos!
Esta população sempre foi submetida às mais absurdas violências no mundo inteiro. Terapia de choque, lobotomia, torturas de inúmeras formas e requintes assustadores. Existem países que ainda, pasmem, ainda, criminalizam e estes são condenados a pena de morte. Em alguns países, as mulheres assumidamente lésbicas sofrem estrupo coletivo.
O dia 28 de junho, é um marco na vida dessas pessoas, que ainda buscam conquistas e direitos “BASICOS”. Até os anos 1960, era crime nos Estados Unidos da América ser homossexual. Estou falando dos EUA.
1978 – Tem início a organização do Movimento LGBT
A Rebelião de Stonewall em 1969 nos EUA. No Brasil, a Ditadura Militar (1964 a 1985). O primeiro jornal de temática homossexual de circulação nacional “O Lampião da Esquina” na mesma época era fundado o Movimento Homessexual Brasileiro (MHB). Juntando a estes o Grupo de Afirmação Homossexual e mais um jornal de lésbicas, ChanaComChana.
1979 – Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais
Na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia 16 de dezembro, aconteceu o 1º Encontro de Homosexuais Militantes. A importância disso foi mostrar como o movimento LGBT estava crescendo e ganhando força.
1980 - Começa a ser questionado o termo “Orientação Sexual” no lugar de “ Opção Sexual”
1983 - Luta pela Visibilidade Lésbica
Em São Paulo, bairro de Santo Antônio, Bela Vista, na capital paulista, o Ferro’s Bar, conhecido da comunidade LGBT, não era aberto a todas as pessoas desta sigla. Um grupo de lésbicas foi expulso ao tentar distribuir o jornal ChanaComChana. O dia 19 de agosto é um marco para as meninas lésbicas, por promoverem um protesto. Dia 19 de agosto também conhecido como o Dia do Orgulho Lésbico.
1985 - Despatologização da Homossexualidade e Luta Contra a AIDS
Ser gay nesta época tornou-se muito pior que antes e que agora. Surgia a peste gay. Período bem difícil para esta população. Na Bahia nascia o Grupo Gay da Bahia (GGB), este grupo de extrema importância, inclusive com campanha conseguiu retirar da lista de doenças do Conselho Federal de Medicina do Brasil a homossexualidade. Surge o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (GAPA), o Triângulo Rosa.
1992 - Fundação da Associação de Travestis e Liberados (ASTRAL)
Travestis e Transexuais extremamente marginalizados, ignorados, perseguidos, no Rio de Janeiro é fundada a Associação de Travestis e Liberados (ASTRAL). Iniciando o movimento Nacional de Travestis e Transexuais e no Piauí é eleita a primeira travesti para um cargo público. A vereadora Katya Tapety.
1997 - Primeira Parada do Orgulho LGBT
Junho, capital paulista, Avenida Paulista, um sol lindo, forma-se um rio humano. A 1ª Parada do Orgulho Gay. Uma forma de ampliar todas as vozes desta sigla. Ainda hoje, é considerada a maior parada gay do mundo, conseguindo reunir centenas de milhares de pessoas, sem comentar as cifras que o evento traz para a maior capital do país.
1999 - Proibição da “Cura Gay” O Conselho Federal de Psicologia proíbe os “tratamentos” chamados de “A cura gay” que tentavam impor a sexualidade heteronormativa.
2002 - Redesignação Sexual
A cirurgia de redesignação sexual também conhecida como “mudança de sexo”, do sexo masculino para o sexo feminino, foi finalmente permitida pelo Conselho Federal de Medicina.
2010 - Redesignação Sexual – Do sexo feminino para o sexo masculino.
A cirurgia de redesignação sexual também conhecida como “mudança de sexo”, do sexo feminino para o sexo masculino, foi finalmente permitida pelo Conselho Federal de Medicina.
2011- União Estável entre pessoas do mesmo sexo
Apesar de estar na pauta do Supremo Tribunal Federal desde 1995, somente em 2011, os casais homoafetivos foram reconhecidos como entidade familiar e conseguiram assim, finalmente estabelecer oficialmente os seus relacionamentos e o direito inclusive de adotar filhos.
2013 - O Conselho Nacional de Justiça aprova resolução que obriga cartórios a realizar o Casamento Civil entre Homossexuais.
2016 -Transgêneros são permitidos ao nome social
2018 - Utransgêneros podem alterar o seu registro civil nos cartórios
O Supremo Tribunal Federal autoriza a mudança do nome e sexo de registro de transexuais e transgênero, mesmo daqueles que não passaram pela cirurgia de redesignação sexual.
2019 - Criminalização da Homofobia
2019 - Liberação para a doação de sangue
O número de assassinatos, suicídios, mais todas as arbitrariedades sofridas por esta população, ainda não sensibiliza a maioria de nós. Essas pessoas já foram descriminalizadas pelo simples fato de serem diferentes. Ser diferente assusta.
A necessidade de amadurecermos os dogmas verdes e enraizados há uma centena de anos com informações retrógradas, machistas e veladas por posicionamentos maduros, sérios e atuais. Não é necessário aceitar, compactuar, mas sim respeitar.
Muitas, inúmeras questões ainda estão em pauta, principalmente aqui em nosso Brasil varonil, que ainda é o país onde mais se mata transexuais e travestis em todo o mundo. E ainda cerca de noventa por cento da população de transexuais e travestis do país são empurradas para a prostituição como a única e principal possibilidade de subsistência. Sim, senhores e senhoras, são obrigadas por nossa sociedade a se prostituir para comer, viver ou melhor sobreviver.
O Brasil é o pais onde mais se consome pornografia de travestis e transexuais. Percebe a ironia? O mesmo homem que consome, aquele que trepa, é o mesmo homem que mata.
Precisamos reavaliar, repensar as nossas posturas e valores.
Não precisa participar da putaria, mas é necessário respeitar essas pseudo putas!
Jogê Pinheiro para a coluna Espartilho Trans
Encontre-a no instagram: @jogepinheiro