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O que o LinkedIn poderia aprender com o Tinder?


Eu adoraria que o Linkedin tivesse um perfil que me encantasse, em sintonia com objetivos de vida, que fosse um crush simpático e que iniciássemos uma conversa leve e respeitosa. Depois do match e alguns papos virtuais, gostaria de ir para um 1o encontro. Um café seria perfeito. Na expectativa de conhecer melhor meu crush, adoraria engatar numa conversa animada, numa parceria.


No Tinder, conseguimos fazer isso. No Linkedin, está cada vez mais difícil. Olhar no olho então, nem se fala. Networking só quando as pessoas têm interesse imediato em você. Quando você não tem mais o sobrenome da empresa, o mundo das conexões fica mais complicado e raramente as pessoas têm tempo para um café.


Devia ser assim? Podemos fazer diferente? Podemos ser melhores e tomar café genuinamente com uma conexão nossa?


O Tinder é um mundo de diversidade. Pessoas divertidas, outras sérias, muitas nada a ver com você. Algumas vezes seus usuários perdem a paciência. Outras vezes se preocupam com os golpes. Alguns casaram com os crushes e foram felizes. Outros não encontram nada por lá. Nem fale sobre o crush lixo. Sem a mínima empatia e responsabilidade emocional. O aplicativo ajuda em qualquer parte do mundo a se conectar com pessoas com objetivos comuns. A abrangência é fantástica, tal como no Linkedin.


O Linkedin é um mundo de diversidade? Ao meu ver, parece pasteurizado. É sisudo. Não precisa ser. Podemos ser profissionais sérios, representando marcas pessoais e empresas, fazer negócios e compartilhar conhecimento, mas pode ser de uma maneira leve, interessante, divertida, curiosa. Podia ser menos “promoção pessoal” e mais serviço.


Tenho uma amiga que não gosta do Linkedin, pois parece um ambiente fake, com gente se mostrando. Diz que as pessoas não são elas de verdade. Que os conteúdos não acrescentam.


É isso que queremos? Que rede de conexões profissionais estamos construindo ou dando continuidade? Nossos conteúdos são de qualidade ou só estamos na corrida de chegada com o algoritmo?


Mas quem não é visto, não é lembrado. Esse é o jogo do mercado de trabalho.


Enquetes no Linkedin pesquisam se você já conseguiu uma entrevista, um emprego ou fazer negócio por aqui. Essa rede não é dedicada a esses propósitos?


Ainda acredito no meu match com o Linkedin.


Fazer negócios. Observar tendências. Refletir sobre opiniões diferentes. Reforçar minha marca pessoal. Mostrar quem sou profissionalmente. Reverberar minha voz. Interagir. Identificar talentos. Atualizar. Aprender. Ajudar as pessoas. Ser útil. Acrescentar algo. Fazer refletir. Impulsionar o networking. Estabelecer uma conexão verdadeira. Uma amizade, quem sabe. Seja num conteúdo educacional ou inspiracional. Seja a partir do meu exemplo pessoal ou de outras experiências. Construir novos tempos mais promissores, acolhedores e prósperos no mundo do trabalho.


Maria Helena Carneiro para a coluna Sociedade

Encontre-a no Instagram: @mhelenacar

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