Mãe é bom. Mãe é lindo. Mãe é divino.
Mas mãe também é só mãe. Simples e finita. É assim que as "mães do mundo" deviam se portar: finitas em si. Se comportando como "Serviços exclusivos" que têm assistência pós-venda e que disponibilizam um telefone de call center para qualquer emergência emocional.
O problema de muitos filhos é que a sua mãe não se limitou a pari-lo, criá-lo, educá-lo e amá-lo. Ela quis mais. Quis que seu filho fosse, tal qual "Deus", sua "imagem e semelhança". É sua filial no mundo. Só que uma filial modernizada, automatizada e produtiva. Seu Business Plan projeta o sucesso, mas o padrão de negócios é sempre o mesmo da "Matriz". A presidência pode pertencer ao filho, detentor utópico das rédeas da sua vida. Mas no Conselho de Administração da Holding sempre está aí, sentada em posição de acionista majoritária, sua mãe. Doce e frágil. Dominadora e imponente. Se não em presença física, com certeza em pensamento.
Há filhos que se revoltam e escolhem um padrão justamente contrário ao da Matriz imposta. Há os filhos que aceitam passivamente o controle acionário e vivem conforme o padrão involucrado. Há outros que nem se percebem nessa roda-viva do seu relacionamento materno. Há também, e por fim, os sortudos. Aqueles que são livres para escolher ser uma Apple ou um salão de cabeleireiros. Livres para escolherem ser o que quiserem. Esses, levam da sua "Fábrica Materna", não um manual de instruções, mas um aprendizado para a vida deles: a satisfação de todos os clientes que conviveram com essa maravilhosa empresa que desenvolve "empreendedores": sua mãe.
Fui! (Pensar na possibilidade de não ter mais filial...)