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Meu Eu

De todos os caminhos que percorri, em todos os cantos que procurei, só consegui encontrar minha fiel versão dos meus desejos aqui dentro, no espaço vazio da minha mente, quando ela consegue pausar seu constante movimento.

Recuso-me a seguir por estradas desenhadas e a usar o óbvio no dia a dia da minha rotina exaustiva; sou eu, um ser cercado por tentativas de desconstruções e lotado de eufemismos sem motivos aparentes, que busca alcançar o improvável e não desiste de tentar, ainda que com uma dose de pessimismo fortuita em seus ombros calejados…

Machuca minha alma ter que curvar-me a modismos, saber-me diferente e ser obrigada a seguir os acertos de outrem, mesmo entendendo que esses acertos nem sempre, ou nunca, refletirão os meus. E sinto-me presa todas as vezes em que me vejo sem saída, olhando para este muro gigante, que tem nome de próspero, mas que esconde a essência do ego, naturalmente maquiado em forma de promessas de valor e ensejos de felicidade genuína.

Vejo pessoas abraçarem causas que não lhes emocionam, apenas para poderem subir juntas em uma onda inflada, e que, certamente, as levará a lugar nenhum. Vejo discursos repetidos e doses de clemência disfarçados de otimismo. Vejo sorrisos escondendo a auto-estima baixa, vejo a busca constante por mais de algo que não se sabe ao certo o que é e vejo pedidos de empatia na forma de likes, emojis e um pouco da atenção de um alguém que está passando e que, provavelmente não voltará a te encontrar.

E assim vivo, sem perder-me de mim em minha real intenção de ser feliz. Busco encontrar o que realmente me atrai, ainda que passe o restante da minha existência para isso… e tento fazer do meu jeito, mesmo dependendo do sistema, que agora é digital, enorme e mais limitante do que nunca.

Fui! (Buscar…)

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