Meu filho nunca foi normal, se normal for o conceito que todos entendem por “adequado”. Não, ele nunca se enquadrou, nunca se ajustou ao que buscávamos como comportamento natural de um menino de 4, 7 ou 10 anos. Mas a verdade é que tampouco tínhamos a noção exata do que buscávamos.
Ele nunca seguiu um padrão específico que poderia transitar entre o esportista ou o nerd. Ele nunca se “encaixou” em padrão nenhum.
Meu filho sempre me afrontou com a sua forma irreverente e única. Ele conseguiu me fazer repensar meus próprios paradigmas cada vez que o percebia mais gentil do que deveria, cada vez que o observava mais livre do que poderia e cada vez que o encontrava mais feliz do que lhe seria permitido.
Ele me desafiou a amar um ser completamente fora das minhas concepções, e refez, na minha lista, a prioridade do que antes seria considerado avulso.
Meu filho veio ao meu mundo para me ensinar o verdadeiro conceito da palavra que eu tanto amava e não entendia: “liberdade”. Porque a essência do que busco e preconizo em minha literatura pouco ortodoxa é justamente a quebra das barreiras que sustentam esse muro tão perfeito, chamado “padrão”.
E meu filho, quase sem querer e totalmente sem estratégia e conhecimento, me fez repensar o que eu achava que sabia demais…
Fui! (Admirar a maravilha que é vê-lo crescer fora dessa caixa…)