Por tanto tempo esperei por um elogio; por tanto tempo busquei um olhar, um gesto, um afago… por tanto tempo desejei receber um pouco mais de “gentileza”. E, foi quando percebi que o está em falta no estoque deste mundo é justamente ela, a “gentileza”. Sabemos pedir, exigir, reclamar, mas dificilmente percebemos que não estamos entregando aquilo que nossos antepassados um dia nos ensinaram…
E, se falta gentileza, sobra grosseria, brutalidade, arrogância. Pedimos um pouquinho mais de tolerância, mas não conseguimos nos controlar quando alguém passa na nossa frente. Mais ainda, perdemos rotineiramente a educação quando o outro emite uma posição política contrária a nossa, ou tenta nos levar para sua doutrina filosófica ou religiosa… falta-nos habilidade social para sair de embates que não nos levarão a lugar algum e falta-nos um pouco de empatia para entender que aquele discurso é uma forma de sobrevivência aos traumas que essa pessoa viveu ou, uma simples resposta a um futuro incerto, que lhe causa medo e angústia.
Às vezes, achamos que nos esquecemos de sermos gentis, mas a verdade é que não estamos mais acostumadas a sê-lo e, em sendo, temos medo de que não entendam a nossa boa fé. E com o tempo, acabamos perdendo a vontade genuína de sermos gentis só pela satisfação de entregar, de reverenciar, de homenagear. Nos esquecemos da ideia de elogiar sem esperar retorno algum…
E, esperando encontrar em mim mais de um motivo para ser instrumento de gentileza e aconchego, repenso minha trajetória e escolho seguir por outro caminho. Entendo que procurei por algo que eu mesma não estava pronta para entregar e descubro, afinal, que ser gentil com você, vê-la sorrir feliz e saber que te agrado, me traz uma sensação de prazer inigualável…
Fui! (Reaprender a ser suave e gentil…)