Recentemente, postei uma poesia erótica com uma foto que mostrava uma moça vestida, cujo apenas um seio aparecia na imagem. Minhas poesias são extremamente sutis e elegantes, não invadem o universo da pornografia com vulgaridade e histeria sexual. Também não é, sem dúvidas, qualquer produto literário agregado à sua fotografia ilustrativa que eu posso expor em minhas redes sociais, pois há muito material realmente picante, principalmente no que tange às suas fotos de referência.
Mas, voltando à poesia “Despedi-me de Mim”, encontrei grande resistência por parte do Instagram e do Facebook em expor minha arte, já totalmente avaliada e recusada por robôs pré-programados para esta função. Não senti raiva nem mágoa destas máquinas servis que tentam apenas fazer seu papel autoritário, delimitando os espaços do mundo virtual em um terreno virtualmente machista e dialeticamente nulo.
Nunca gostei de levantar bandeiras e fazer parte de movimentos feministas, aliás, sempre fui fã de movimentos que consolidassem ainda mais essa visão turva do cristianismo explícito, cujo o personagem principal acabou sendo comido aos poucos por todas as cotas compensatórias que a modernidade e seus derivados o impôs. Tentava entender como haveria um equilíbrio para este pobre homem, se o mundo o estava indubitavelmente engolindo no campo das oportunidades. Na verdade, ao sustentar essas crenças, tentava encontrar conforto no universo claustrofóbico do absolutismo masculino, regido pelos pseudos bons modos (para nós meninas, é claro).
Quase sem querer descobri, mesmo no alto dos meus quarenta e poucos anos, que o mundo nunca os devorou, ao contrário, o mundo construído por eles sempre nos comeu, em doses massivas de negativas e preceitos fúteis, da forma mais cruel e masculina possível. Fomos e somos escravas de seus desejos e suas libidos, com toda a força da sua tradição e cujos rótulos sempre nos classificaram quanto à apresentação, sabor e tempo de conservação.
Entendi de forma mais direta que sempre fiz parte destes movimentos, através da força dos meus dedos, que me serviam tanto para buscar meu prazer físico quanto meu prazer moral em abrir minha mente pecadora e permitir-me ser um canal que possibilite mulheres a explorarem o contorno instigante do seu próprio tesão. E, mesmo sem me dar conta, acabei produzindo na minha vida uma série de diretrizes divergentes e rebeldes do comportamento que sempre abominei; tatuei em meu corpo as palavras selvagem e liberdade, fiz dele o que quis e senti mais prazer do que consigo mensurar.
Ainda não consigo expor meus seios livremente, mas consigo de expô-los na forma de poesias que convidam o leitor a experimentá-los em toda sua maciez madura, com seu peso que equivale à duas laranjas grandes e seus mamilos pequenos incrustados no relevo rosado das auréolas proporcionais, e que funcionam como duas chupetas macias, que se endurecem à medida em que são experimentados.
E se você achou essa descrição indecente, você tem que desaprender a viver nesse mundo machista e respirar um pouco das mulheres que cercam sua vida…
Cris Coelho para as Colunas Empoderamento Feminino & Sociedade
Encontre-a no Instagram: @crisreiscoelho