Todos os dias acordo com o gosto doce do começo e busco colocar um pouco de fé no café amargo que trago à boca, todas as vezes em que meu cansaço insiste em boicotar minha vontade de seguir adiante. Sou eu, em milhões de distintas personagens, que busca entender-se madura e útil, em meio ao caos da minha própria personalidade.
Canto para os anjos me ajudarem a encontrar as razões perdidas do porquê sigo neste caminho, do porquê escolho essa roupa e do porquê sigo esta cartilha. Entendo que a vida é curta demais para ser negligenciada, mas, para mim, ela parece passar tão devagar, como se estivesse em um filme em câmera lenta…
Sugiro aos meus, que me encontrem em todas as esquinas saudáveis do seu inconsciente coletivo, mas acabo mesmo estabelecendo minha morada do lado de lá da ponte, onde habitam os meninos maus, aqueles que não param de tragar sua nicotina e que usam seus corpos somente para encontrar prazer. Escondo minha carência dentro de potes decorados e vivencio minha angústia cada vez que sorrio generosamente para minhas amigas de caminhada, aquelas que não me julgam, mas que também não me conhecem o suficiente para distinguir minhas lágrimas de felicidade e desespero.
E quando se aproxima o final da minha rotina, imagino que o dia poderia ter sido mais proveitoso, que eu poderia ter feito mais e ter sido mais intensa, mas prefiro deixar para minha outra versão, a busca dessa constante superação, que desafia minha trajetória diária e que me faz preferir o silêncio tranquilo da minha mente sem ecos e distrações.
(Fui! Seguir…)