Você pensa que eu sou forte? Sim, sou. Na verdade, não sabia o quanto eu sou forte até o dia em que enfrentei a dor de te ver sofrendo e não consegui te livrar imediatamente daquele sofrimento. Percebi que sou forte em todas as vezes em que vivenciei o seu fracasso e, mesmo assim, continuei de pé, pronta para a próxima vitória que chegaria para você, porque eu sempre acreditei nas suas futuras vitórias, eu as via com uma enorme clareza, mesmo quando você não conseguia vislumbrá-las…
Fui tão forte quando lutei contra meus demônios internos para não me descontrolar com aqueles que te machucaram com palavras, intrigas ou mesmo verdades. Fui mais forte ainda, quando dominei minha ira e contive minhas mãos impulsivas, que insistiam em devolver daquele empurrão que você levara ou aquele xingamento fortuito… e fui além: controlei a vontade que tive de destruir a imagem daquele que eu passei a odiar, mas que sabia que você amava tanto; passei a falar bem do meu desafeto, só para acomodar seu coração inquieto pela permissão de poder amar abertamente quem você tanto se importava.
Sim, percebi que sou muito forte quando te vi ir embora da minha casa, de um dia para o outro, simplesmente porque você tinha uma outra história para viver, que não era necessariamente ao meu lado. E fui forte quando, aos prantos, menti sobre a minha alegria cotidiana longe da sua comida de todo dia, da bagunça do seu quarto ou do volume da sua televisão; jamais gostei de mentir para você, mas precisei várias vezes para não te preocupar, para não te aborrecer, para não te atrasar… menti e mentiria mais um milhão de vezes para que sua vida se tornasse plena e independente de mim.
Mas, a verdade é que a minha força vem mesmo de você. De quem que me mostrou um lado que eu desconhecia completamente, um lado em que me torno onipotente, toda vez em que escuto seu nome…
Fui! (agradecer a você, a fortaleza em que você me transformou…)