Depois de tantos caminhos tortos, consegui chegar até aqui. Cheguei descalça, sozinha e um tanto machucada, mas cheguei. Não fui sempre fiel, aos outros e a mim mesma; não cumpri todos os acordos, não me lembrei de cuidar tão bem de todos que ainda amo, não me importei na verdade.
Sinto muito, muito mesmo. Gostaria de ter te homenageado no seu dia, ou durante toda a sua vida. Gostaria de ter mostrado o meu melhor lado, que fica escondido debaixo do meu egoísmo cotidiano… gostaria de tantas coisas! Mas o que eu mais queria nesse momento é que você entendesse que essa é a minha essência, e essas são as minhas cores: “as escuras”.
Agradeço os seus elogios e te peço, se for me criticar, por favor não o faça. Já passei da fase de aprender com os outros. Agora aprendo comigo, com os meus singelos erros que deixo no caminho como aprendizados fortuitos e casuais, aqueles que endurecem a minha alma e me tornam ainda mais fascinante.
Não quero mais me magoar com palavras que machucam, com verdades que doem na alma e com pensamentos que para mim são tão, tão pequenos… não quero mais seus conselhos ou suas análises piedosas a respeito da minha falta de virtude. Simplesmente, não quero mais.
Nos poupe do desgaste, do discurso ácido e das trocas não produtivas de tudo o que é claro demais para a minha visão sombria e devastadora do mundo. Não vou entrar para a sua igreja e não vou cantar o seu hino. Também não vou comer da sua comida porque o seu tempero não combina com o meu paladar… e, por fim, pare de me oferecer a sua água sagrada; eu prefiro whisky.
Fui! (Viver minha poesia…)