O filme "Não Se Preocupe, Querida" gerou grande repercussão na mídia desde antes do seu lançamento. O motivo seria o clima turbulento que movimentou os bastidores do filme, envolvendo rumores de desentendimento entre os atores principais. Fofocas à parte, o fato é que o filme não alcançou uma boa pontuação em sua estreia e muitas resenhas negativas acabaram por nivelá-lo como um filme bom, aparentemente mediano.
Estrelado pelo queridinho das adolescentes, o cantor Harry Styles e por Florence Pugh, o filme, que é dirigido por Olivia Wilde, traz uma história envolvente em um cenário retrô, que mistura ficção com drama psicológico e suspense. Tudo muito bem dosado e apresentado em um ritmo que prende a atenção do telespectador.
Em resumo e sem dar spoiler, o filme se passa em uma cidadezinha do Texas, na década de 50, onde mulheres entediadas passam seu dia se dividindo entre os afazeres domésticos e os cuidados com a beleza. É uma clara alfinetada no machismo estrutural proveniente da parte mais tradicional da cultura norte-americana, amplamente criticada nos dias atuais (ainda bem!). A partir de alguns acontecimentos estranhos, Alice (Florence Pugh), a esposa perfeita de Jack (Harry Styles), passa a perceber que algo não está certo neste fim de mundo embelezado na qual ela habita e, a partir daí, vários acontecimentos imprevisíveis começam a acontecer.
A sinopse já é o bastante para deixar claro que, obviamente, há algo de errado escondido nessa perfeição e o filme nos mostra as falhas desse sistema através da perspectiva de Alice, que começa a experienciar espécies de flashes com memórias confusas.
Apesar de todas as críticas que o filme recebeu por conta da falta de detalhes para explorar melhor tanto o desenrolar da história, quanto o desfecho proposto, para pessoas que não curtem muita enrolação e que sofrem de um pouquinho de ansiedade (eu!) o filme cumpre muito bem sua função em não deixar que os detalhes se sobressaiam tanto à superfície do enredo, fazendo com que a narrativa fique fluida e facilmente degustada. Acredito que Olivia Wilde tenha acertado no “despertar” de Alice para sua revelação no ponto exato em que a história precisava seguir seu rumo sem explorar uma jornada maior.
Espero ter ajudado a esclarecer um pouco do mistério que ronda esse filme peculiar e completamente diferente do que as produções enlatadas costumam entregar. Ah! E o Harry Styles está um arraso no filme... Vale o ingresso!!!
Cris Coelho para a coluna Filmes & Séries
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