Nas minhas andanças pude presenciar várias coisas, das mais simples as mais excêntricas. Fui à casa do abastado, dividi a cachaça com o amigo de viagem, chorei as mágoas da minha mãe, lamentei os erros dos meus filhos, pequei em doses cavalares com o orgulho que me acompanhava até bem pouco tempo… fui do céu ao inferno em vários momentos. E todas as vezes em que visitei a casa dos malditos, saí de lá plena, esguia e linda em um longo vestido vermelho. Renasci infinitas vezes, tantas quanto pude, fui mais longe do que pensei que conseguiria. Ri de mim em todos os momentos em que caía e sorria orgulhosa em todos os outros em que voltava à superfície.
Tive coragem para me reinventar e fui além. Conquistei a confiança dos que diziam me odiar e enterrei as brigas do passado em grande estilo, da forma que eu melhor me identifico: brindando à eles, meus companheiros de caminhada, ainda que do outro lado da rua…
Fui mais esperta que ela, a minha maldita culpa. A enganei quando fingi ter pena de mim, ludibriei suas estratégias, fiz tudo diferente do que ela mandava… e segui em frente. Fui mais forte que a vontade de me auto boicotar, dancei ao som das letras de Toquinho e fiz chover em plena tarde de outono. E quando já não existia mais esperança, eu disse “sim para mim”.
Não vou parar de caminhar. Não vou deixar de seguir o meu caminho, aquele que eu escolhi, dentre tantos outros. O caminho que me leva à minha paz, que se conecta com a minha alma.
Vou mais longe, até onde não sei, mas vou seguir. Vou caminhar mais e experimentar um pouco mais dessa bossa que se chama vida, mas que se parece mais com uma eterna caminhada…
Fui! (Viver…)