Ah, se fosse tão simples criar vínculos entre as pessoas, não é mesmo? Quando você está em um bar com amigos e amigas, por exemplo, se pararmos friamente para entender por quais motivos as pessoas estão ali, naquele local, com aquelas outras pessoas, veremos que para tudo existe uma intenção. Essa intenção pode ter um objetivo ou não.
Observe um exemplo para chegarmos nos desafios do mundo corporativo ou empreendedor:
Quatro amigas estão em um bar. A pessoa que denominei como A, por exemplo, está ali para matar a saudade das amigas. A pessoa B, está ali para paquerar, a pessoa C para esquecer um pouco os problemas do dia a dia e a pessoa D, para encontrar pessoas que toparão esticar para uma festa mais animada.
São intenções diferentes e que combinadas geram diversos resultados. Alguns com intenção clara e consciente e outros, sem a menor clareza sobre o local que suas atitudes a levarão.
Pensando neste exemplo, vamos trazer a situação para um evento corporativo. Pensando nas intenções da situação acima, sugiro que nenhuma delas seja trazida para o ambiente profissional, afinal, as intenções e objetivos são completamente diferentes e mesmo não gosta do muito de colocar pessoas e situações em caixas, sim, este caso, as caixas são completamente diferentes. O que quero dizer com isso? A sua vida profissional pode criar situações que se arrastam para a sua vida pessoal sim, mas os comportamentos devem estar alinhados com seus objetivos. Atente-se muito para essa parte: suas atitudes, comportamentos, ação deverão estar alinhadas com um objetivo, com uma razão.
Exemplo de um objetivo: neste evento corporativo, quero conhecer pessoas da minha área de atuação para que eu possa enviar convites para participação em um grupo de brainstorm em que eu administro. Eventos corporativos sem objetivos atrelados, tornam-se maçantes e normalmente sem sentido, chatos. Você sai deles pensando que somente os grandes executivos e executivas já bem relacionados é quem conquistam negócios e sucesso. Não é bem assim. As pessoas que possuem uma clareza sobre a importância de se criar uma rede de relacionamentos já sabem que sozinhos, não chegarão muito longe e valorizam o poder que um bom contato possui.
Networking não é ter o seu Linkedin com trinta mil contatos, e sim, criar uma rede de relacionamento, cuja troca de atitudes, informações e ações sejam válidas para as partes envolvidas. Networking então é o que você faz ou pode fazer e oferecer para esta lista de contatos. Mas espera! O que fazer e oferecer com base em que? Aí minha amiga, sua mente precisa expandir ainda mais para o tema de educação de carreira.
“Networking não é ter o seu Linkedin com trinta mil contatos, e sim, criar uma rede de relacionamento”
Quando existe uma consciência acionada neste assunto, um universo abundante e cheio de possibilidades se expande no seu caminho e então, só então, essa lista de contatos pode ser melhor explorada e transformada em uma competência essencial para que a sua empregabilidade mantenha-se elevada ou até mesmo, que lhe apoie a construí-la: inteligência relacional. Esta inteligência não tem relação com a sua oratória ou poder de influenciar pessoas. Elas ajudarão muito, sem dúvidas, mas a inteligência relacional precisa estar atrelada a um projeto, um objetivo, algo a ser conquistado. Sem isso, não há desenvolvimento desta competência. Quando existe clareza sobre um objetivo a ser conquistado, várias ações precisarão ser mapeadas e o ponto aqui, seria: quem você conhece que poderia lhe ajudar de alguma forma mínima nas ações que precisará conquistar rumo ao objetivo? Qual é a sua moeda de troca? O “como” você usará a sua rede de relacionamento para objetivos definidos e com clareza sobre sua moeda de troca, lhe colocará em contato com o desenvolvimento desta inteligência relacional. Logo, ela é um processo com várias etapas que precisam ser pré-definidas.
Pense e anote: quantas vezes você foi indicado para uma nova oportunidade de trabalho por alguém que trabalhou com você? Como você lidou com essa relação? Esse exercício é super importante para que você avalie suas ações de networking no trabalho, suas ações sobre resolução de problemas e relacionamento interpessoal. Palavras antigas e poderosas que raramente são administradas pelas pessoas em suas jornadas de trabalho.
Grande parte do desenvolvimento desta competência: inteligência relacional, estão em pequenos detalhes que passam despercebidos pela maior parte das pessoas. E você?
Sabendo disso agora, o que vai fazer de hoje até o nosso próximo encontro para dar um passo em direção na melhoria desta competência?
Até a próxima!
Andrea Tedesco para a coluna carreira
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