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No Reino de Jorge


Salve Jorge! Santo da Igreja Católica que é guerreiro. A ele é permitido matar os demônios que existem em forma de dragão. Sendo o dragão, suposta uma criatura mitológica, não estaria ele, guerreiro Jorge, matando nada que fosse concebido por Deus. Mas ainda assim está representando um soldado medieval, adornado em uma armadura de ferro, com lança e capa. É um soldado de Deus, pronto para acabar (literalmente) com o inimigo. É claro que muito do que cremos é nada mais do que uma representação metafórica dos ícones que associamos ao bem e ao mal. O Santo Jorge, ou orixá Ogum, é um arquétipo de guerreiro que representa a luta do lado branco contra o lado negro.E é por isso que gostamos dele! Pelo senso de justiça que evoca ao matar, excluir, eliminar todo ser que não está de acordo com os parâmetros do seu “certo”. Com ele não há meio termo. E no seu reino, os inimigos devem ser eliminados, sem exceção, sem pena e sem habeas corpus. Se fosse no Reino de Jorge, os “dragões” que se camuflam de baleias azuis e assassinam diariamente vários jovens estariam com a lança encravada na garganta. Aqueles outros que estupram, que maltratam, e, que (até mesmo!) esquartejam, esses seriam dignos de misericórdia pela pena que sofreriam. Coitados deles se estivessem no Reino de Jorge… E quanto aos pedófilos? E os traficantes que acabam com a vida de famílias inteiras? Julgamento? Não… No Reino de Jorge duvido que existiria algum julgamento… A condenação viria a galope e a morte seria imediata. Sem torturas, sem dúvidas e sem liberdade condicional. Assim seria no Reino de Jorge. Um maravilhoso Reino banhado com o sangue dos pecadores, onde imperaria a justiça divina! Mas a realidade é que não vivemos no Reino de Jorge, e sim, no Reino dos Homens, que é muito, mas muito mais cruel… Salve Jorge! Fui! (pro Reino de Jorge…)

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