Já reparou como as pessoas adoram “dar rótulos” para as outras? Isso pode ser bom, quando o que falam condiz com a verdade, mas caso contrário, é horrível! De tanto ouvirmos que somos isso ou aquilo, podemos acabar questionando nossos princípios e personalidade.
Antes de começar a escrever este texto, estava relembrando a minha primeira sessão de psicoterapia. Quando a psicóloga me perguntou que razão me levou a procurá-la, eu disse: “Eu vim porque sou uma pessoa difícil demais e não estou sabendo lidar com isso, está atrapalhando meu desempenho no trabalho.”
Fui encaminhada por uma psiquiatra, após ter tido uma espécie de surto na clínica onde eu atendia. Estava doente, com Síndrome de Burnout, mas demorou um pouco até chegarem a este diagnóstico. A médica a princípio só detectou os sintomas depressivos e de ansiedade, passou uma medicação e me encaminhou para a terapia.
Depois de algumas sessões e de ser reavaliada, é que concluíram o que eu tinha. E após 1 ano de tratamento, quando recebi alta, a psicóloga falou: “Lembra quando chegou aqui dizendo que era uma pessoa difícil? Na verdade, difíceis são seus ex-patrões. De tanto alegarem tal absurdo, serem cruéis contigo e não te valorizarem, você acabou adoecendo. O que falam sobre nós não define quem somos, nunca se esqueça disso.”
Não é simples lidar com o julgamento alheio, no entanto precisamos aprender a filtrar o que importa. Se as críticas são construtivas e podem nos ajudar a melhorarmos tanto profissionalmente, quanto como indivíduos, ótimo. Caso contrário, é necessário deixarmos que entre por um ouvido e saia pelo outro.
“Não é simples lidar com o julgamento alheio, no entanto precisamos aprender a filtrar o que importa.”
Conheça-se bem! Assim conseguirá, inclusive, se proteger melhor do que te afeta. Acho que todo mundo deveria fazer terapia pelo menos uma vez na vida. Para mim, foi uma experiência grandiosa, incrível e reveladora. Um mergulho em minha essência.
Nem sempre é fácil enfrentarmos nossos próprios fantasmas, olharmos cara a cara para nós mesmos, enxergarmos os medos e fragilidades, mas é preciso. Porque muito do que somos hoje e de como nos comportamos, é reflexo do que fomos e de tudo o que experienciamos. Quando compreendemos isso, passamos a ter o poder de nos moldarmos.
Mesmo que eu não fosse de fato uma pessoa difícil, não tenho dúvidas de que precisava evoluir, principalmente aprender a reconhecer o meu valor, limites, pontos fortes e fracos e, acima de tudo, conseguir exigir o respeito que mereço. Sou outra mulher agora, mais consciente de minhas qualidades e defeitos, mais leve. Hoje sei que poucas coisas de fato importam na vida e, de certa forma, é um alívio entender isso. Ainda bem que mudamos.
Então, minha amiga, não deixe o que dizem definir quem você é. Aprenda a se conhecer melhor e, se necessário, procure ajuda profissional. Evolua e se transforme na sua melhor versão! Empodere-se! Você merece ser valorizada e respeitada.
Um abraço e até a próxima semana.
Renata R. Corrêa para a coluna Universo feminino
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