A insegurança feminina faz parte do cotidiano de quase todas as mulheres. Acredito que muitas têm aquele machucadinho por dentro que dói. Roupas, personalidade, falas, sentimentos, relacionamentos…
Temos a política de nos julgarmos introduzida em nossa criação. “Senta igual moça.” “Uma menina tão bonita falando palavrão?” “Se você não mudar, nenhum homem vai te querer.” Quem nunca ouviu alguma dessas frases, né?
Na infância, começamos o processo de conceitos éticos, de autoestima e de aceitação. Algumas mulheres conseguem descontruir aos poucos certos limites impostos, mas outras se perdem no ruído dos discursos. Vou dar um exemplo básico: alguém já te disse que você “tem um brilho, uma vibe boa, diferente”, e você teve que aguentar aquele olhar atravessado de alguém que estava próximo e ouviu o tal elogio?
"Os sabores em ser mulher, estão ligados a um processo íntimo de transformação e prazer consigo mesma. "
Isso pode ter vários nomes – os mais populares são inveja, olho grande, raiva –, mas, a meu ver, é uma grande insegurança.
Hoje em dia, temos o movimento da sororidade. E eu desejo muito que ele se espalhe e tome verdade no coração de todas nós. Porque não existe isso de ameaça alheia; existe apenas o medo que impomos a nós mesmas.
Muitas mulheres se entregam à ideia de que precisam ser a mais bonita, a mais gostosa, a mais inteligente ou a mais comunicativa. Competem, ofendem, criam “picuinhas” umas com as outras por acharem que precisam ser as melhores… Quando, na verdade, só precisam estar no próprio espaço que as faça brilhar.
A autoestima precisa ser a maior aliada que temos umas com as outras. Afinal, quem se ama não se incomoda com o elogio alheio. Quem se ama respeita o momento da outra de brilhar, de ser reconhecida, e torce por ela, admira sua capacidade e esforço.
Nunca podemos esquecer que o tal “brilho” é questão de gosto. Aquela mesma pessoa que é admirada por alguém pode ser odiada por outra.
Os sabores de ser mulher estão ligados a um processo íntimo de transformação e prazer consigo mesma.
Só é inseguro aquele que dá poder a esse sentimento todos os dias. Aquele que alimenta dentro de si que não é suficiente.
Precisamos fazer o exercício diário de achar nossos defeitos e nossas qualidades, e de entender que a mulher que “brilha”, que é gostosa e linda… é a mesma mulher que tem seus dias ruins, que se olha no espelho e vê a famosa insegurança; mas que, no fim, entende que é normal não se sentir bem o tempo todo.
"A tal da mulher gostosa é aquela que sabe o que quer, que vai atrás de seus sonhos e desejos. Aquela que você sente no olhar a decisão de ter uma vida completa. "
A tal da mulher gostosa é aquela que sabe o que quer, que vai atrás de seus sonhos e desejos. Aquela que você sente no olhar a decisão de ter uma vida completa.
Mulher que brilha não se incomoda com o elogio alheio pois entende que é tudo uma questão de ponto de vista.
Que possamos fazer um brinde a essa segurança, essa autoestima, porque é dela que vem a tal da gostosura – e melhor: ela é eterna.
Alexia Road para a coluna Empoderamento Feminino
Encontre-a no Instagram @alexia_road