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O sexo sagrado tem que ser monogâmico

Quando falamos sobre sexo estamos entrando em um campo muito sensível de uma sociedade colonizada e formada dentro de conceitos patriarcais e cristãos.

Países como o Brasil foram formados em uma base monogâmica, monoteísta, aonde qualquer coisa que fira o sagrado criado por esse sistema, afronta gerações de pessoas que acabaram formando todos seus conceitos de relacionamentos, amor, vida e sexo dentro dessa realidade. O problema aqui é que faz parte do sistema cruel, o excludente de tudo que é diferente ao que foi posto como verdade. O diferente é tido como “abominação”, sujo, errado e perverso…

E dentro desse mundo, os homens foram sendo beneficiados com a estrutura violenta de exclusão criadas por eles mesmos e o sexo sagrado no mundo monogâmico tem a clara intenção de criar uma sexualidade negativa, aonde as pessoas e em especial as mulheres são controladas pelos seus parceiros com crenças sobre o seu desejo.

“Países como o Brasil foram formados em uma base monogâmica, monoteísta, aonde qualquer coisa que fira o sagrado criado por esse sistema, afronta gerações de pessoas”

Não se pode ter desejo por dois, enquanto as fantasias dos homens, só é ver um pornô, é povoado por ménages com duas mulheres… e a mulher explorar qualquer desejo é coisa de mulher puta, bruxa, baixa e demais adjetivos violentos dirigidos as mulheres durante séculos nesse molde tradicional. Homens e a sociedade cristã tem um poder especial sobre a procriação com a monogamia, e o desespero dos tradicionais para atribuir os malefícios da não monogamia não sustentável, pois contrasta com uma realidade cultural, de bigamia, adultério que é deixar a esposa sagrada em casa para ter boas aventuras na rua, essa foi e com certeza será ainda uma das maiores facetas sem sentido da nossa sociedade nada moderna.

O sexo sagrado, virginal, a imagem de uma mulher pura, santa, divina e mãe dos filhos desses homens, são justamente a imagem que queriam dar para mulheres de não desejaram e serem desejadas para nada além do marido, que por muitas vezes esse “marido” já experimentaria a não monogamia.

Traições, casos de bigamia, amantes, versão “ da novinha com um coroa ( casado) que a sustenta , o puritanismo passa a ser uma estratégia de retirada de privilégios do “ sagrado” ser só “ MEU”; minha vontade, meu desejo, minha forma de amar, para sequestrarem as pessoas para um lugar de ; desejo do meu marido, namorado, uma única pessoa, e esse roubo do desejo humano tem custado a toda uma sociedade que vive em torno de uma criação de vida aonde o auge é o relacionamento e casamento, quando isso desaba temos várias problemáticas de uma estrutura cruel e sádica.

“Não se pode ter desejo por dois, enquanto as fantasias dos homens, só é ver um pornô, é povoado por ménages com duas mulheres… e a mulher explorar qualquer desejo é coisa de mulher puta, bruxa, baixa e demais adjetivos violentos dirigidos as mulheres durante séculos nesse molde tradicional.”

O Poliamor abre portas para que todos nós possamos questionar o sentindo ilusório de que sempre amaremos e estaremos diante de desejar somente uma pessoa, quando isso não faz muito sentido para muitas pessoas há tempos, pois sabemos que manter amor, desejo, tesão, sexo, e exigir essa potência de um único ser de nos suprir de tudo, soa muito como uma codepedência afetiva, sexual, amorosa, de personalidade, e inclusive uma personalidade morta na vontade do outro, que por sua vez pode estar apenas replicando algo total sem sentindo que ele mesmo não pratica.

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