Você espera que eu encolha meu tamanho para caber na sua mesa elegante? Mas se elegante mesmo é entender os limites advindos do bom senso que não lhe resta, que não lhe visita… elegante é ser discreto nas palavras e mais ainda na atitude. É não ser acintoso com o peso que a balança do outro aponta, é entender a beleza que existe nas peculiaridades do outro e, mais ainda, ser elegante é ser solidário à busca individual de cada pessoa sobre o encontro consigo próprio.
Pois entenda que o meu corpo abriga boa parte da minha história, e entre beijos fortuitos e carícias explícitas, reza uma coleção de histórias de romances, dramas e suspenses dignos de uma boa conversa e recheados de toda a emoção disponível no peito de uma mulher de verdade.
É meu corpo grande que acomoda todas os sentimentos desalinhados que guardo dentro do meu peito inflado, de absurdos escutados e ofensas armazenadas. É ele, meu corpo, que me leva até o limite do meu gozo mais pleno, que abastece minha libido e minha sensibilidade; e é nele que se estende minha pele macia, cheia de arrepios fortuitos e lampejos de carícias prontas a entregar meu amor ao primeiro sinal de boa-fé dos que me são caros, daqueles que enxergam em mim um alguém muito maior que os poucos quilos sustentados pelo meu peso exageradamente perfeito.
Fui! (Sentar-me em uma mesa melhor…)