O tempo passa implacável por nós. Ele nos devora com a mesma intensidade em que nos inebria, que nos ilude. Pensamos ser senhores do nosso tempo, mas a verdade é que somos reféns dele, do marcador incostante que determina quando nossos amados sairão de cena e quando os novos brancos começarão a frequentar nossas cabeças.
São tantas as recordações que queremos de volta, são tantos os abraços que nos faltam.Tudo o que acalma a alma é reflexo do que o tempo nos permite sentir. Nos sentimos anestesiados em cada lembrança e não conseguimos perceber a importância de cada momento, até que ele se esgote, até que a vida mude, até que o tempo pare.
Nas lacunas da nossa vida está a saudade, a lembrança, as melhores partes da vida vivida ao lado dos nossos. E são essas recordações que gritam para que não paremos de caminhar. São elas, que nos mostram em cada reflexo, que precisamos seguir adiante. A força que nos move é a mesma que nos lembra de tudo que passou e de toda estrada que ainda deve ser percorrida.
Mas quando nos sentimos cansados, olhamos um pouquinho através das frestas das nossas lacunas, pedimos permissão ao tempo e, paramos para admirar esse espetáculo, chamado vida…
Fui! (Parar o tempo um pouquinho…)