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Pegadas

“Cuidado onde pisa, menina!” Já dizia a minha Bisa, em uma alusão aos passos que damos na vida… Anos depois me encontro com essa frase, solta dentro da minha memória, e entendo, por fim, a recomendação aflita de quem já viveu muito para saber qual é o melhor momento de parar a “roleta russa” das nossas escolhas.

Quando erramos o passo, a consequência pior não é o caminho equivocado que tomamos. Esse caminho podemos mudá-lo sempre, não com a mesma paisagem, mas com a ajuda de um atalho… O problema de pisar errado são as marcas que deixamos no caminho. Essas pegadas ficam aí, marcadas em um chão de cimento, encrostadas na nossa culpa.

É por isso que algumas mágoas simplesmente não passam nunca. Porque têm registros. E, se voltamos atrás das pegadas, nos encontramos com um alguém que, muitas vezes não se parece nada conosco, mas que tem a mesma cara. As dores do passado não são enterradas, são só encobertas pela poeira… E aquele amigo que te abraça ressabiado tenta, na verdade, desviar o olhar do caminho torto atrás de você. E entre idas e vindas, o melhor mesmo é retomar o passo do ponto em que se perdeu o ritmo. De preferência, com salto alto…

Fui! (Prestar atenção nas minhas pegadas…)

Obs*: crônica antiga, datada de 14/06/2012, aposentada no site.

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