Às vezes, sinto saudade de estar perto de mim… saudade de ter meus pensamentos nada ortodoxos dentro do espaço sagrado que guardo com tanta delicadeza. Sinto saudade de mim quando me lembro que caminhei um tanto para chegar até aqui, mas que deixei alguns pedaços importantes da minha ingenuidade pela estrada tortuosa que escolhi nos momentos nebulosos da minha dor mais genuína.
Aprendi comigo muito mais do que com os que tentaram me ensinar, mas acreditem, não é um manifesto de desobediência ou egocentrismo, é apenas um relato de um alguém que sabe que precisa aprender por si própria as lições que veio buscar nesta vida.
Não sou melhor do que ninguém, mas busco sempre ser melhor que eu mesma, em uma espiral de desafios e conquistas que me motivam a continuar minha jornada.
Sou livre das culpas emocionais que carreguei por tanto tempo, mas levo na alma um pouco das cicatrizes que estas me deixaram, cada vez que penso nelas e cada vez que penso em mim, em um misto de nostalgia e reflexão, sempre tentando abstrair meu lado perverso e me reinventando para ser melhor, de uma forma que consiga enxergar beleza onde antes havia tristeza.
Sou feliz e pródiga com os sonhos que alcancei e eternamente inconstante na minha definição de plenitude; sou eu, em milhões de formas felizes que grita para o tempo parar um pouquinho, mesmo sabendo que ele não vai parar e que a vida vai seguir seu rumo, assim como o curso de um rio que busca sempre seu melhor ponto para se transformar em algo ainda maior.
Voltando à minha saudade, quero um pouco mais de mim em uma proporção infinita de sonhos a serem conquistados e com minha mente sã, acreditando em tudo que sempre desejei, com afinco e vontade proporcional à minha energia.
Escuto uma risada lá no fundo da minha alma e espero um pouco para entender o quão perto estou de mim, e, à medida em que o som aumenta, percebo que estou conseguindo conectar-me comigo da mesma forma, com a mesma cadência e com o mesmo sorriso.
Fui! (Para perto de mim…)