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Prostitutas Modernas


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Eu, Maria Scarlet, fui dona de bordel. Fui, porque já morri. Mas vou ser eternamente uma “puta da vida”. Mas não uma puta baixa, vulgar, latente. Uma puta de valor. Que vendia o corpo sem vender a dignidade. Que se prostituía para dar ao próprio corpo, “o pão nosso de cada dia”, em um tempo em que os dias eram contados por homens machistas e decretados em leis católicas ortodoxas. Não tive eu, “Maria Prostituta Scarlet” a opção de me fazer livre sem usar o único instrumento possível que eu tinha: meu corpo. Tive que me render às artimanhas do prazer e ao pecado original da carne e seus infinitos benefícios. Mas, se tivesse tido a chance de escrever a minha própria história com o uso de uma caneta de verdade (e não da minha “esferográfica vaginal”!!!), teria sido uma grande mulher, com os mesmos seios fartos e cadeiras marcadas, mas cuidadosamente escondidos embaixo de roupas de um labor mais intelectual e menos viril. Teria sido eu, a puta de um homem, ou de muitos. Mas teria sido puta no momento de me deitar e não de trabalhar. Faria somente por prazer, o que tive que fazer por anos a fio para sobreviver. Não seria mais uma boneca com belas curvas nas mãos de curiosos e pervertidos meninos grandes. Mas essa Maria Scarlet, livre de esteriótipos e de submissões só existiria em um mundo onde mulheres tivessem oportunidade de atuar pelo seu talento, inteligência e estudo. Uma pena que passados mais de 200 anos da minha morte, o que eu vejo são mulheres se esforçando com seu tempo, dinheiro e suor, para trabalharem como as prostitutas que eu tinha no Bordel Scarlet. A diferença é que as minhas meninas não tinham escolha, já as de hoje em dia sim… Fui! (tentar entender…) http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2012/12/virgem-de-santa-catarina-diz-que-vai-posar-nua-para-revista.html

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