Caminhando por estes vales sombrios, deparo-me com minha imagem refletida em um pedaço de espelho quebrado em mais de mil pedaços. Vejo-me pequena em uma imensidão de faces, em um transbordo de ideias e sentimentos, em um vácuo de saudade que não consigo entender, mas que sinto como uma lança encrustada em meu peito frágil.
São fragmentos de mim que gritam para que eu me conforme com as atitudes que não tive, com os pensamentos que deixei fluir e com os momentos que não aprisionei em minha mente esquecida… são todas as versões de mim, umas melhores e outras nem tanto, mas todas, um real exemplo do que fui e do serei, na linha tênue deste tempo que parece enorme, mas que é tão curto quanto esta estrada que sigo sem parar, em passos consoantes com as exaladas profundas que permito-me dar, a cada curva e a cada subida íngreme.
Mas é a cada encruzilhada que encontro um pouco do meu olhar sedento por sonhos tão inimagináveis quanto minha mente esperançosa ousou querer, e é ali também, que consigo vislumbrar as rugas de satisfação por cada afeto genuíno que angariei pelo caminho, todos amparados pelas palavras sábias dos que me amaram apesar de tudo e apesar de mim…
E é com esses olhares que entrego-me ao infinito propósito de ter vindo e de ter deixado nos estilhaços de espelhos o reflexo do meu mais afetuoso gostar, sempre embalado com minúcias de mim em versões expontâneas e seculares de todo amor que consegui recolher durante esta rápida caminhada.
Fui! (buscar meus melhores reflexos…)