Mais do que simplesmente registrar momentos, as fotos nos mostram a “vida boa” que temos. Nos mostram o quanto vale a pena seguir no caminho que escolhemos ou que, por acaso, acabamos lá… Também nos mostram que, se existem problemas ou negativas nesse caminho, existe também muito motivo para se brindar a vida, nesse espaço que é só nosso, em um universo de possibilidades. E em todas as hipóteses de terapia, a melhor mesmo é sempre a fotografia. Aquela fotografia que está colada no álbum antigo de 15 anos atrás, ou o registro digital espalhado pelos computadores da casa. O registro de um passado distante ou de um momento recente, que nos faz enxergar o que não conseguimos ver no instante vivido… Mas, se as fotos nos servem como “amigas fiéis” para alento nos momentos de carência e nostalgia, há de se cuidar para que elas nao se tornem as “amigas traiçoeiras” do momento presente. Com o propósito de “congelar” o inesquecível momento, algumas pessoas terminam por congelar lacunas em branco com o seu rosto estampado. Isso porque a ânsia de tirar o máximo de fotos possíveis é tão grande, que a vivência deste maravilhoso momento torna-se muito pouco “experimentada”. É assim, como aquele prato de risoto de pato confeitado com peras carameladas do restaurante em Milão, que de tão irresitivelmente delicioso, vira modelo fotográfico para entrar na “história das experiências gastronômicas da vida”… Mas, na verdade, histórias gastronômicas da imaginação, porque, na prática, na hora de comer, o arroz já estava frio, o pato seco e as peras grudadas com o caramelo duro… (detalhe: tirar foto do prato é muiiiiito brega!) Então, tira umas duas fotos e vai curtir a festa!!! Essa música não vai repetir… Fui!
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