Resultados da busca
1086 itens encontrados para ""
- Saúde Íntima
Olá, mulher! Sabe aquela conversa entre amigas em que surge uma dúvida sobre saúde íntima e, de repente, o assunto fica meio desconfortável? Ninguém comenta em uma mesa de bar que tem escapes de urina, por exemplo. Como fisioterapeuta pélvica, sempre percebo que o tema disfunções do assoalho pélvico (períneo), essa região tão importante e, muitas vezes deixada de lado, acaba sendo um mistério para muitas mulheres. É justamente para descomplicar esse papo que estou aqui, como nova colunista de Saúde Íntima na Maria Scarlet! Meu objetivo é compartilhar conhecimento e acolher você, nessa jornada de autoconhecimento e autocuidado, de um jeito leve e transformador! Vamos mergulhar nesse universo fascinante e conhecer melhor a importância da musculatura do assoalho pélvico e os muitos cuidados que podemos adotar ao longo da vida. O Que é Assoalho Pélvico e Por Que Ele é Tão Importante? O assoalho pélvico é uma estrutura formada por músculos, ligamentos e tecidos que fica na base da pelve, sustentando órgãos essenciais como a bexiga, o útero e o intestino. Funciona como uma “rede” que mantém esses órgãos em posição e ajuda a controlar funções como a continência urinária e fecal. Além disso, o assoalho pélvico tem um papel fundamental na nossa vida sexual, influenciando diretamente o prazer e o conforto nas relações sexuais. Apesar de ser tão importante, o assoalho pélvico ainda é pouco falado, e muitas mulheres só descobrem sua existência quando enfrentam problemas como incontinência urinária, dor na relação sexual ou prolapso (quando os órgãos começam a descer). Esses problemas não são raros e afetam milhares de mulheres, mas podem ser prevenidos e tratados com o fortalecimento e o cuidado dessa musculatura. A Função do Assoalho Pélvico ao Longo da Vida O assoalho pélvico está presente em cada fase da vida da mulher, desempenhando diferentes funções conforme passamos por mudanças hormonais e físicas. Vamos entender melhor o papel dessa musculatura em cada etapa: • Na juventude: Mesmo em mulheres jovens e saudáveis, o assoalho pélvico pode ser afetado por práticas como atividades físicas de alto impacto, que podem enfraquecer essa região se não forem acompanhadas por um fortalecimento adequado. Por isso, é recomendável que as mulheres, desde cedo, pratiquem exercícios que fortaleçam o períneo. • Na gestação: Durante a gravidez, o assoalho pélvico é testado ao máximo. Com o crescimento do bebê, essa musculatura sustenta um peso adicional e precisa se adaptar a grandes mudanças. Trabalhar o fortalecimento durante a gestação ajuda a evitar desconfortos, facilita o trabalho de parto e acelera a recuperação no pós-parto. No entanto, é importante que o fortalecimento seja acompanhado por um profissional para garantir que os exercícios estejam sendo feitos corretamente. • No pós-parto: Após o nascimento do bebê, o corpo precisa de um período de recuperação, e o assoalho pélvico merece atenção especial. Essa musculatura passou por grandes transformações e pode precisar de exercícios de fortalecimento específicos para evitar problemas futuros, como incontinência urinária e prolapso. Aqui, a fisioterapia pélvica pode ajudar na recuperação do tônus e na reeducação muscular. • Na menopausa: Com a chegada da menopausa, a musculatura do assoalho pélvico tende a enfraquecer devido a queda nos níveis de estrogênio. Esse processo pode resultar em problemas como prolapso de órgãos pélvicos e incontinência urinária, além de afetar o prazer sexual. Nesta fase, o fortalecimento do assoalho pélvico é essencial para manter a qualidade de vida e evitar complicações futuras. Benefícios de um Assoalho Pélvico Forte e Flexível Manter o assoalho pélvico forte e flexível traz uma série de benefícios, não só para a saúde física, mas também para o bem-estar emocional e psicológico. Vamos conhecer alguns dos principais: • Controle Urinário: Um assoalho pélvico fortalecido e funcional ajuda a prevenir a incontinência urinária, permitindo um melhor controle da bexiga. Isso é especialmente importante para mulheres que estão na menopausa ou passaram por partos, já que essas fases da vida são particularmente vulneráveis a problemas de controle urinário. • Prevenção de Prolapsos: Um assoalho pélvico enfraquecido pode levar ao prolapso de órgãos como a bexiga, o útero e o intestino, causando desconforto e até dor. Ao fortalecer essa musculatura, você reduz significativamente o risco de prolapsos. • Saúde Sexual: O assoalho pélvico desempenha um papel crucial no prazer e no conforto sexual. Músculos fortes e flexíveis aumentam a sensibilidade e a consciência corporal, promovendo mais conforto e prazer nas relações. • Bem-estar Psicológico: Cuidar da saúde íntima aumenta a autoestima e a segurança com o próprio corpo. Muitas mulheres relatam que, ao conhecer e fortalecer o assoalho pélvico, sentem-se mais conectadas com sua própria feminilidade e ganham mais confiança em si mesmas. Exercícios Práticos para o Assoalho Pélvico Agora que entendemos a importância do assoalho pélvico, vamos explorar alguns exercícios que podem ajudar essa musculatura. Estes exercícios são fáceis de realizar e podem ser incorporados à sua rotina diária: 1. Respiração Diafragmática: A respiração profunda ou diafragmática, ajuda a aliviar a pressão sobre o assoalho pélvico. Para praticar, inspire lentamente, expandindo a barriga, e expire também de forma longa e controlada. Esse movimento ativa e relaxa a musculatura pélvica. 2. Alongamento da Pelve: Movimentos de alongamento, como a posição de borboleta (sentada com as solas dos pés unidas e os joelhos abertos), ajudam a aumentar a flexibilidade do assoalho pélvico. Esse tipo de alongamento é especialmente benéfico para gestantes, pois prepara a musculatura para o parto. 3. Fortalecimento do Assoalho Pélvico: Precisam ser personalizados para serem eficazes. Cada mulher tem características únicas, e apenas uma avaliação com um especialista consegue identificar o que sua musculatura realmente precisa. Esse cuidado é essencial para garantir que o fortalecimento seja seguro e ofereça os melhores resultados. Rompendo o Tabu e Criando um Espaço de Autoconhecimento Um dos objetivos mais importantes desta coluna é desmistificar a saúde íntima e mostrar que cuidar do assoalho pélvico é natural, acessível e fundamental. Quero criar um espaço seguro e acolhedor, onde você se sinta à vontade para conhecer melhor o seu corpo, fazer perguntas e entender que falar sobre essas questões é essencial para a nossa qualidade de vida. Mirella Bravo para a coluna Saúde Íntima Encontre-a no Instagram: @mirellabravofisio
- Dia da longevidade
Desde Agosto, venho recebendo convites para eventos do “Dia da Longevidade”. Mas, gente, que dia é esse? Fui pesquisar, e descobri que é o nome politicamente correto para o dia do idoso... Eu que, como as Avós da Razão (perfil do instagram, maravilhoso), chamo de Dia do Velho, achei que a longevidade aí acaba despersonificada. Não é a pessoa que está sendo celebrada, seus direitos, ou sua conquista com o Estatuto da Pessoa Idosa. É uma aleatoriedade, porque longevidade também não faz parte das políticas públicas para que todos possam envelhecer com dignidade. Celebramos neste dia a nossa visibilidade, que se materializou no Estatuto. Foi um enorme avanço, há 20 anos, que veio garantir pelo menos os direitos básicos para esta fase da vida. Hoje podemos usufruir de conquistas como o direito a atendimento prioritário, e facilidade na aquisição de bens e serviços. Mas também usamos a data para reiterar que são necessárias mais políticas públicas para garantir a qualidade de vida que as pessoas mais velhas merecem na velhice. Alguns candidatos e candidatas já incluíram em suas pautas a atenção à população idosa. Vamos a passos lentos para uma mudança, mas caminhamos! Nós, mulheres, somos as que mais sofrem com a falta de apoio. Porque somos nós, dentro da sociedade patriarcal atual, as que temos o papel de cuidadoras. Dos pais, dos filhos, dos maridos, até dos ex-maridos... Mas quando a mulher envelhece, grande parte das vezes se vê sozinha, sem ter quem cuide dela. São necessárias ações do Estado para garantir que todos tenham uma velhice digna! Cabe a cada um de nós cobrar estas políticas, e também agir, na nossa pequena parte, para que o respeito e o apoio aos mais velhos seja permanente. As avós da razão, junto com Mirian Goldenberg, propuseram uma série de reflexões para o Dia da Pessoa Idosa, que reproduzo resumidamente aqui, para pensarmos juntas: a violência física, verbal e psicológica que muitas pessoas idosas sofrem é dentro das suas próprias famílias. 50% dos casos reportados praticados pelos próprios filhos; existe também uma violência simbólica, relacionada ao desrespeito à autonomia, a solidão, a invisibilidade que sentimos quando não nos vemos refletidas na sociedade; e ainda quando somos tratadas no diminutivo, como velhinhas incapazes de acompanhar o ritmo da sociedade, ou com as “brincadeirinhas” que nos ofendem; o preconceito e estigmas no mercado de trabalho, entre muitos outros. Você, que já está com 50+ sofre algum destes problemas? Se for muito grave o abuso, procure ajuda! Você tem direitos! E se você ainda não chegou nesta fase, vale muito a pena refletir como você pode ser um agente transformador para uma sociedade menos etarista. Chega junto! Ana Lucia Leitão para coluna 50+ Encontre-a no Instagram: @aninhaleitao2
- Não me dê flor, por favor!
Qual a ação que você irá promover no dia das mulheres? Dar flor para as mulheres, por melhor que seja a intenção, somente reforça o estereótipo de gênero. Somente nos trata de forma segregada, quando o que queremos é equidade de gênero no trabalho. Antes que você já julgue esse texto como “mimimi de feminista”, deixe-me apresentar fatos: as mulheres são maioria na sociedade, maioria nos bancos das universidades, maioria entre os que concluem curso superior, mas ainda são sub-representadas nas empresas, são sub-representadas em funções de liderança e ainda mais em níveis estratégicos. Não tem algo estranho nisso? De acordo com o Global Gender Gap Report 2021, do Fórum Econômico Mundial, a disparidade de gênero na dimensão ‘participação econômica e oportunidade’ continua sendo uma das maiores lacunas e, com base nos avanços observados nas últimas edições, a estimativa é que levará mais de 267 anos para fechar esse gap. Sim, quase 3 séculos! Isto quer dizer que somente a sua tataraneta verá mulheres com a mesma representatividade econômica dos homens, e com sorte. Acho que nem precisaria lembrar, mas nunca é demais: não é uma questão de caridade nem filantropia, não. Já está mais que evidenciado em pesquisas de consultorias de renome e de entidades respeitadas mundialmente que igualdade de gênero impulsiona o negócio, pois eleva a produtividade, melhora o clima organizacional, estimula a inovação e alavanca o resultado. Não é sem motivo que o tema está na pauta do Pacto Global da ONU e conta com diversas iniciativas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco em reforçar a importância da liderança feminina nas empresas e impulsionar mecanismos de empreendedorismo e empoderamento econômico. Eu sei que tudo isso pode parecer muito etéreo ou longe demais do nosso dia a dia, mas o nosso papel está em justamente tornar essas discussões o mais simples possível, para provocar reflexões e mudanças de comportamento, mesmo começando com pequenas atitudes. (Inclusive, a começar pela sua casa, colocando seu filho para lavar a louça e dividindo responsabilidades domésticas, para trazer para o nosso cotidiano mesmo!) Quer dar flor? Então distribua para homens e mulheres. Isto terá mais impacto que uma ação exclusiva para as mulheres. Coloque uma mensagem que a empresa está comprometida com um ambiente em que mulheres e homens sejam valorizados. Ou dê para as mulheres com um bilhetinho para que elas escolham um homem para dar, aquele que merece o reconhecimento por promover a equidade no dia a dia, com sua postura profissional, ao ouvir respeitosamente as ideias e opiniões das colegas de equipe. Isso é fugir do óbvio. Isso é provocar reflexão. Sem contar que a flor reforça alguns estereótipos e vieses inconscientes que precisamos desarmar. A expectativa de gênero, que pressupõe a delicadeza das mulheres, é o que grita quando se oferece flores no ambiente de trabalho a todas as mulheres. A flor encerra associações que se queremos tratar o tema com intencionalidade para promover mudança de pensamento, devemos evitar. “Ah! Mas eu adoro flores!” Eu também, amiga. Mas estamos aqui tratando de forma abrangente e corporativa. Agregará mais no sentido coletivo se você receber flores dos seus amigos, da sua família, e não da sua empresa numa data que homenageia a luta das mulheres. Quantas vezes você já ouviu algum colega dizer: “Quando é o dia do homem?” Se você, colega homem que está lendo, nunca disse essa frase, certamente ouviu de outros colegas seus. Mesmo que num tom de brincadeira, esta fala denota a percepção de segregação, porque, de fato, as iniciativas tradicionais para celebrar o dia das mulheres não envolvem os homens. E quando envolvem, eles não se sentem incluídos. Já soube, por exemplo, de diversas empresas que promoveram eventos no auditório, rodas de conversa com mulheres da empresa para compartilhar suas histórias, que praticamente só tiveram participação feminina. Promover ações exclusivas ou subentendidas como voltadas para mulheres somente amplia o distanciamento. Esta não é uma causa de superioridade ou de estrelismo feminino. É de igualdade. Superar as barreiras depende muito dos homens, pois eles estão em maioria nas posições de decisão e influência. É preciso que os homens sejam envolvidos de forma direta e cabe às empresas criar condições para que eles enxerguem as distorções e assumam seu protagonismo nesta construção. Uma sugestão seria oferecer sessões de mentoria para impulsionamento de carreiras femininas, com homens em posições seniores. Isto promoveria a empatia e impulsionaria trocas e novas perspectivas, engajando diretamente os homens neste processo de transformação. É hora de transitar das tradicionais homenagens às mulheres nesta data para a implementação de ações de impacto coletivo. Menos discurso, menos simbolismo, mais ações inclusivas, mais efetividade. Temos um trabalho grande a fazer e os resultados não virão de um dia para o outro, mas cada ação que fazemos nos aproxima mais do mundo que queremos deixar para as próximas gerações. Não me dê flor. Me dê espaço para mostrar o meu valor. Érica Saião para coluna Mulher & Carreira Encontre-a no Instagram:@erica.saiao
- "Entre Vínculos e Abismos: Reflexões Sobre a Alienação Parental/Familiar da Pessoa Idosa"
Ao me deparar com o termo "alienação parental", minha mente inicialmente o associava a contextos de divórcios, àquelas disputas dolorosas pela guarda de filhos. Entretanto, é essencial que adentremos num território menos explorado, mas igualmente impactante: a alienação parental da pessoa idosa. Esse fenômeno complexo, muitas vezes negligenciado, não se trata apenas da erosão de vínculos familiares, mas da desintegração da identidade e autonomia dos nossos idosos. A Constituição de 1988 e o Estatuto do Idoso estabelecem a obrigação de amparar os idosos. Assim, a promulgação da Constituição de 1988 trouxe ao país e ao ordenamento jurídico como um todo, a preocupação com direitos e garantias individuais e coletivas inerentes a todos os cidadãos, mas sobretudo aquela parcela de pessoas que por algum motivo característico vive em situação de vulnerabilidade, a exemplo do idoso, que para a legislação, é aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos . Podemos dizer que essa vulnerabilidade em si reside, por exemplo, no fato de que o cidadão com idade avançada tende a perder sua autonomia, muitas vezes por questões físicas, e ainda que essa não seja uma realidade geral, existem muitas pessoas nessa situação, e que precisam desse maior cuidado, ressaltando ainda que, este fato não necessariamente implica na limitação de suas atividades, restrição da participação social ou no desempenho do seu papel social. Para Maria Berenice “A idade avançada não implica em incapacidade ou deficiência”. Ela traz algumas limitações, o que facilita que alguém próximo ao idoso “ aproveite-se de sua fragilidade e passe a programá-lo para que venha a ignorar ou até mesmo odiar seus familiares”. Nesse contexto, a alienação parental, definida pela Lei 12.318/2010, que inicialmente surgiu para proteger crianças e adolescentes, encontra terreno fértil quando se trata da pessoa idosa. Nos últimos anos, essa lei tem sido discutida e aplicada na ausência de legislação própria, revelando a semelhança de tratamento dado pela lei aos idosos, crianças e adolescentes. Observo com tristeza casos em que os idosos se tornam vítimas silenciosas desse fenômeno. Não é apenas a diminuição gradual das visitas ou a exclusão de decisões importantes. É a manipulação cuidadosa de informações e situações inverídicas, um jogo cruel que os afasta de seus próprios círculos familiares. A alienação parental da pessoa idosa desafia a convicção de que os laços familiares se fortalecem com o tempo. Pelo contrário, nossos idosos enfrentam a dolorosa realidade de se tornarem mais vulneráveis à indiferença e manipulação emocional de seus próprios entes queridos. A idade avançada não deveria significar a perda de autonomia, mas é tristemente aproveitada para programar o idoso a ignorar ou até mesmo odiar seus próprios familiares. Imaginem Maria, uma mãe dedicada que ao longo dos anos investiu amor, cuidado e sacrifício em sua família. Entretanto, à medida que o tempo avança, surge uma sombra insidiosa que ameaça os vínculos familiares. Maria, de repente, se encontra afastada de seus filhos, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. As visitas tornam-se escassas, as ligações são frias, e Maria, que dedicou sua vida ao bem-estar da família, vê-se agora à margem de decisões importantes. A sutil manipulação de informações e situações inverídicas cria uma barreira emocional entre ela e aqueles que deveriam ser seus confidentes. É doloroso perceber que o amor inquestionável que Deus compara ao amor de uma mãe pelo próprio filho, como registrado no profeta Isaías, é distorcido por motivos egoístas e financeiros. Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamentou? Deus nos lembra da inquestionável natureza desse amor, mas, em nossa história fictícia, as questões financeiras lançam uma sombra, transformando esse laço sagrado em uma triste narrativa de alienação. Assim como o texto bíblico destaca que a falta desse amor é um despautério, nossa história fictícia destaca a profunda desarmonia quando interesses financeiros manipulam os laços familiares. Maria, representando muitos idosos em situações semelhantes, encontra-se não apenas afastada de seus entes queridos, mas em uma batalha contra a incompreensão e a manipulação emocional. Ao refletir sobre essa narrativa, somos confrontados com a urgência de reconhecer a complexidade das relações familiares na terceira idade. Devemos questionar como a busca por vantagens financeiras pode distorcer os laços de amor, deixando os idosos à mercê da alienação parental. A falta de consciência sobre esse fenômeno específico é alarmante. Nossa sociedade precisa despertar para a complexidade das relações familiares na terceira idade, estar atenta aos sinais de alienação parental. Não podemos permitir que a maturidade se transforme em uma fase de isolamento emocional, onde os idosos se tornam meros espectadores de suas vidas, excluídos do calor humano que tanto necessitam. Nesta jornada, concluo que a conscientização e a ação são os primeiros passos para desmantelar as teias da alienação parental na terceira idade. Somente através do entendimento e da solidariedade podemos aspirar a um envelhecimento digno e pleno, onde a preservação dos laços familiares seja prioridade. Você já parou para pensar: como podemos, como sociedade, promover a empatia, a comunicação aberta e o respeito pelos idosos? A alienação parental da pessoa idosa não pode ser ignorada. Devemos erguer uma voz coletiva, compartilhando histórias e experiências, para proteger aqueles que já deram tanto à nossa comunidade. Nossos idosos merecem mais do que serem meros espectadores de suas vidas – merecem ser o centro de carinho, cuidado e respeito. Reflita sobre como podemos construir uma sociedade mais acolhedora e inclusiva para todos, independentemente da idade. Manuelly Mattos para a coluna Direitos das Mulheres Encontre-a no Instagram: @manuellymattos.adv
- O fenômeno Anitta
Você pode, por quaisquer razões, até não gostar da Anitta ou das canções dela, dizer que a qualidade musical é duvidosa e que seu comportamento muitas vezes é vulgar ou até imoral, mas é impossível negar que a mulher é um verdadeiro fenômeno, não é mesmo? Já havia comentado sobre ela em outro texto aqui da minha coluna, em que falo sobre a Lei da Atração. Eu disse que não tinha a menor dúvida de que a carreira internacional da Anitta daria certo e de que ela conquistaria tudo aquilo pelo que vinha batalhando. Poucas semanas depois, a artista conseguiu o grande feito de alcançar o top 1 mundial no Spotify. Com mais de 60 milhões de seguidores no Instagram e cerca de 19 milhões no Tiktok , a carioca polêmica e de personalidade forte, divide as opiniões dos brasileiros, mas não deixa dúvidas para ninguém que sempre acreditou no seu potencial e correu atrás do que queria. Vamos relembrar a carreira dela e analisar o que tem feito para conquistar tudo o que vem conquistando. Larissa de Macedo Machado começou a cantar aos sete anos de idade em um coral de uma igreja católica no bairro Honório Gurgel, no Rio de Janeiro. Fez aulas de dança e chegou a ser professora de dança. Inteligente e dedicada, aprendeu inglês e espanhol praticamente sozinha. Aos 16 fez um curso técnico de Administração, nessa época teve aulas de Marketing e conta que usa até hoje o que aprendeu para planejar e executar a sua própria divulgação. Em 2010, Anitta foi convidada pelo então produtor da gravadora independente Furacão 2000 , Renato Azevedo, o “Batutinha” para realizar alguns testes após ele ter visto um dos seus vídeos. Eles acabaram assinando contrato com ela e em 2011 a cantora já fazia muito sucesso no Rio de Janeiro nos bailes Funk. A partir daí sua carreira só cresceu. Em junho de 2012, Kamilla Fialho, assistiu a uma apresentação de Anitta e resolveu a empresariar, pagando uma multa de R$226.000,00 que a antiga contratante exigia para liberar a cantora. Sem gravadora, Kamilla ainda arcou com R$40.000,00 para gravar o clipe de “Meiga e Abusada” . Mesmo não tendo sido a música de maior destaque da carreira de Anitta, ela entrou no top 10 das mais pedidas nas rádios brasileiras e abriu portas para que a cantora assinasse um contrato com a Warner Music . Pouco tempo após assinar com a nova gravadora, a cantora ganhou destaque por conta da música “Show das Poderosas”. Apresentando-se com um visual totalmente diferente, Anitta deixou claro que a partir de então sua carreira seria voltada para o Pop . O clipe dessa música foi lançado em maio de 2013 e, ainda no ano de 2022, tornou-se o vídeo mais visto no YouTube Brasil, ultrapassando a marca de 10 milhões de visualizações. Além disso, “Show das Poderosas” permaneceu por semanas no topo das mais vendidas na loja digital iTunes Brasil, e ainda se tornou a terceira canção mais executada nas rádios do país naquele ano. Em 2015, Anitta ganhou o EMA Worldwide Act Latin America , se tornando a primeira artista brasileira a receber o prêmio. Em 2016 a cantora lançou o seu terceiro disco que recebeu o título de “Bang!”. Desse álbum, a música de mesmo nome teve ainda mais destaque que o sucesso de 2013. A partir de então, Anitta ganhou cada vez mais espaço e visibilidade nas mídias. Em 2017 ela passou a investir pesado em colaborações com outros artistas de vários gêneros musicais, buscando diversificar e aumentar o seu público. O clipe de “Sua Cara”, com participações de Pabllo Vittar e do grupo de produtores de música eletrônica: Major Lazer , chegou a alcançar 20 milhões de visualizações em 24 horas , se tornando o quarto vídeo mais visto no YouTube naquele ano. Atualmente já está com mais de 548 milhões de visualizações. Ainda em 2017, Anitta começou a investir em sua carreira internacional. Com o projeto “CheckMate”, a artista lançou músicas em inglês e em espanhol. Atualmente a cantora, que está com 29 anos e dividindo residência entre Brasil e EUA, tem se mostrado 100% focada no mercado estrangeiro. Ela mantém a estratégia de colaborações com outros artistas, mas agora vem fazendo parcerias com os gringos, o que está permitindo que cada vez mais conquiste vários países mundo afora. No dia 25 de abril de 2022 ela conseguiu um grande marco quando o hit “Envolver” alcançou o primeiro lugar como a música mais ouvida no Spotify no mundo. Engana-se, quem pensa que foi apenas sorte. Inteligente e esperta, Anitta lançou um challenge (desafio) no TikTok para um passo de dança da canção, que caiu na graça do público e depois foi levado também para o Instagram , culminando em pouco tempo no estrondoso sucesso que a colocou no top 1 mundial da plataforma de streaming . Com uma admirável visão de negócios, a artista se transformou em uma empresária de sucesso, não só administrando a própria carreira, ela agora está assessorando também a Juliette . Determinada, desenvolta e simpática, Anitta tem marcado presença por onde passa e obtido grandes feitos. Ela foi, pelo segundo ano consecutivo, uma das convidadas do seleto time de famosos que compareceu ao MET Gala 2022, o maior evento de moda beneficente do planeta, que angaria fundos para o Museu Metropolitano de Arte de Nova York, e aconteceu no dia 02 de maio. A cantora vestiu um modelo exclusivo da grife italiana Moschino , uma das mais famosas do mundo, criado pelo designer Jeremy Scott. No evento, Anitta conversou com celebridades como Khloé Kardashian e Leonardo Di Caprio. A brasileira poderosa que segue conquistando o mundo, ganhou também seu destaque no Museu Madame Tussauds , conhecido por possuir a maior coleção de figuras de cera de celebridades. Não dá para negar que a Anitta é um grande exemplo de profissional que possui muito foco para realizar todos os seus trabalhos e alcançar o que deseja. Em matéria publicada pela Isto É dinheiro , Vivian Rio Stella, especialista em comunicação, linguista e doutora pela Unicamp, disse: "Ainda para a mesma matéria, Rafael Beraldi, CMO (Diretor de Marketing) da Camelo Digital, destaca o foco de Anitta não só como uma artista completa, mas também como empresária de sucesso: Quando acreditamos em nós mesmas e corremos atrás do que queremos, o céu é o limite." Pense nisso, minha amiga! Renata R. Correa para a coluna Empoderamento feminino
- Corpo místico
Colchas e lençóis devidamente passados em uma cama que sobrava espaço, faziam parte de um cenário de dois corpos, que se misturavam ao mesmo tom das paredes de um quarto vazio. Uma cama cortada ao meio, dividida pelo tempo. Carolina nunca deixou de se perfumar antes de dormir, uma mania antiga trazida de sua avó, mesmo com a idade e maternidade sentia-se orgulhosa de suas curvas generosas que enchiam suas mãos com suas carnes ao tocar sua própria pele. Um ritual solitário que gostava de manter, aquilo fazia contato com memórias de seu lado apenas mulher. Um rito que mantinha guardado. Uma forma que tentava se manter viva, tentando resgatar seu viver erótico, mais uma vez era impedido por um choro de bebê que ecoava pela casa, seu limite em ser mãe e mulher. Um abismo, uma contradição entre o corpo sexual e o corpo que alimenta. Uma escritora que via seu Eros morrendo, perdida entre fraldas, louça e papinhas. Anos de baby blues misturados à rotina do casamento. Não sabia mais se haviam passados meses ou anos, talvez 20 talvez 1. Flashes de memórias a visitavam feito insights levando a antigas lembranças. Transas nas escadas, nos bancos dos carros e dos motéis baratos, homens, mulheres... Carolina ri sozinha ao sentir sua vulva umedecer... - Que bom, algo meu ainda vive em mim. Seu corpo está fértil, quente. Era como se ele se abrisse mais uma vez dando passagem para que seus dedos escorregassem por instinto até a sua buceta, dedos que dançam por todas suas curvas, e boca, que pinga saliva ao sentir seus fluidos de desejo. Fecha os olhos e sente pulsar novamente, algo se ascendendo dentro dela. A única coisa que ainda ouvia era o som alto do ventilador que assoprava seus pelos da sua pele febril. Abruptamente seus olhos se abrem e pede que seu marido a COMA. Que coma forte, deixando marcas e que a chame de qualquer coisa menos de seu próprio nome. Enquanto transam se vê através dos olhos dele e não se reconhece, não reconhece aquelas duas pessoas, o que a excita a ponto de seus quadris movimentarem sozinhas feito uma cadela no cio. Arranca sangue de seus lábios, como quem sente vontade de engolir a presa. Eram presas, presas do tempo, da rotina e do tédio... Mas naquele momento eram dois animais selvagens, se comendo vivos numa tentativa de segurar o tempo com as mãos. Se mantinham inteiros, entregues até a última gota de seu suor e saliva. Transformando em gemidos os gritos que eram calados em sua garganta. Na garganta queria apenas o gosto daquele pau que sentia enterrado em sua goela, enquanto cravava suas unhas nas costas dele. Uma confluência, mistura, transformando seu suor em éter. Ele não aguentou segurar seu gozo, sentindo seu pau naquela boca grande e macia, que ele morria de saudades . Então GOZA, ao mesmo tempo chora ao ver seu gozo escorrendo pelo pescoço e cabelos de sua mulher. - Desculpa, não consegui segurar nem meu gozo nem minhas lágrimas! - Mas ainda posso te fazer gozar. - Nunca vi um homem chorar gozando. - Pois é, talvez euforia e saudades de você. Carolina ou qualquer outro devir mulher que ela tenha incorporado ali, a fez ter o orgasmo mais longo que já sentiu, com seus dedos finos enfiados em sua buceta, beijando lentamente a boca de seu marido, misturado ao gosto do gozo de seu rosto com as lágrimas que desciam em direção a seus lábios. - Você também tá chorando? - Sim, de saudades de mim. Gabriela Prux para a coluna Papo de Bordel Encontre-a no Instagram: @gabiprux
- Raízes dos divórcios – ressignificando relacionamentos
O livro explora um tema delicado e profundamente humano: a dissolução dos relacionamentos e os fatores que levam ao divórcio. Com uma abordagem inovadora e terapêutica, a autora nos conduz a uma reflexão sobre como as raízes dessas separações muitas vezes estão firmemente plantadas em nossa infância. Patrícia argumenta que as experiências da primeira fase da vida moldam não só quem somos como indivíduos, mas também a maneira como nos relacionamos com os outros, especialmente em contextos afetivos. Segundo a autora, os padrões de comportamento que aprendemos com nossos pais e figuras de referência desempenham um papel crucial na maneira como enfrentamos os desafios dos relacionamentos amorosos na vida adulta. A obra é rica em exemplos e análises, mostrando que muitas das expectativas, inseguranças e conflitos que surgem em um casamento têm origem em traumas ou dinâmicas familiares que nunca foram devidamente processadas. Patrícia Pimentell não se limita a analisar os problemas. Ela oferece caminhos para a ressignificação de relacionamentos e para a quebra desses padrões destrutivos. Por meio de exercícios práticos, exemplos de suas próprias experiências e algumas passagens bíblicas, ela propõe formas de identificar e curar feridas emocionais antigas, com o objetivo de melhorar a qualidade das relações atuais e futuras. O tom do livro é empático e acolhedor, oferecendo ao leitor uma sensação de que, apesar das dificuldades, é possível transformar o que está enraizado em algo positivo. Ao final da leitura, fica a sensação de que, ao entender melhor nossa própria história, podemos evitar a repetição de erros passados e construir relacionamentos mais saudáveis e duradouros. Raízes dos Divórcios é uma leitura essencial para aqueles que buscam não apenas entender os motivos pelos quais seus relacionamentos podem estar falhando, mas também para aqueles que desejam quebrar padrões e construir conexões mais profundas e significativas. Livro: Raízes dos divórcios – ressignificando relacionamentos Autora: Patrícia Pimentell Editora: Novo Século Páginas: 160 Andressa Adarque para a coluna Resenhas da Maria Scarlet Encontre-a no Instagram: @meuladoleitora
- A ROTINA DE UMA MULHER ORGÁSTICA
Olá, querida leitora! O que é ser uma MULHER ORGÁSTICA? É estar satisfeita com a própria sexualidade e com o prazer que se obtém através dela. É um estado de ser – estado de “FLOW” (estado mental sustentado de presença, sensação de energia, prazer e foco total no que se faz). Passo ZERO: Pare, respire e pense com honestidade e conectada com seus reais desejos: Aonde você quer chegar com sua sexualidade? Qual a sua intenção? Se a sua resposta tem a ver com: Sentir mais prazer Sentir mais orgasmo Melhorar a qualidade do orgasmo Melhorar o sexo com parceiros... O RITUAL PARA MULHER ORGÁSTICA COMEÇA COM: AMOR-PRÓPRIO E AUTOESTIMA Você tem amado seu corpo? Tem colocado energia no olhar para dentro? NÃO EXISTE MÁGICA PARA SER ORGÁSTICA – EXISTE DEDICAÇÃO, SAIR DA ZONA DE CONFORTO (OU DESCONFORTO) E ESCOLHER ONDE COLOCAR SUA LIBIDO. Segue aqui algumas dicas que valem ouro, para você começar a praticar já: 1- APRENDA A AMAR SEU CORPO Crie frases afirmativas (mantras) do que você precisa escutar todos os dias No espelho de corpo inteiro: Se olhe com calma, sem julgamento, com amor. Note que imperfeições e cicatrizes são parte de sua história. Acolha. Espelhinho para vulva: Olhe nos mínimos detalhes. Seja mais íntima de você mesma. Durma pelada. Desapegue de padrões (seja militante da beleza natural). 2- AUTOFOCAGEM DAS SENSAÇÕES Esteja atenta às sensações do corpo. Não existe outro caminho para o prazer, que não seja começar a prestar atenção no que seu corpo sente! Aproveite o momento do banho para sentir o sabonete, cheiros, texturas, toalha felpuda. Se trate com amor. Automassagem Respiração profunda sempre. Inspira lento e profundo abrindo o peito, expira com o som da vogal “A”. Dedique-se! 3- CONECTE-SE COM SEUS SEIOS 3 min de massagem diária libera ocitocina (hormônio do amor). Não seja mecânica! Conecte-se ao prazer! Ensine seu corpo a sentir. “Free the Nipples- Use o mínimo de sutiã possível. Use óleo de rícino se tiver alguma cicatriz. 4- EXERCITE SEU CANAL VAGINAL Faça contrações de assoalho pélvico diárias Ajudam na lubrificação Prevenção de incontinência urinária Prevenção de doenças Prevenção de atrofia Mais sensação Respire e conecte seus genitais junto com as contrações. 5- MASTURBAÇÃO CONSCIENTE (Ou Auto Toque Consciente) Se dê amor e prazer Descubra o que gosta e como gosta Não ter pressa – entenda qual o seu tempo Não use vibradores nessa prática Estimule lugares que você tem menos sensibilidade 6- ENTENDA O QUE COLOCA FOGO NO SEU PARQUINHO Use e abuse de ferramentas que te excitam! Desejo é fantasia! Quais são os seus? Mesmo que sejam sombrios... Acesse seu repertório Sexual: filmes, séries, livros, podcast, site... Ensine seu corpo a sentir. Saia da neutralidade estimulando seu corpo. 7- EXERCITE-SE! É difícil ser orgástica se você não faz exercício físico. Vou explicar: Liberação de endorfina: hormônio produzido na glândula hipófise e que gera sensação de recompensa e bem-estar no organismo Serotonina: satisfação e bem-estar. Suas principais funções incluem a regulação de humor, sono, libido, ansiedade, apetite, temperatura corporal, ritmo cardíaco e sensibilidade. Dopamina: A substância é conhecida como um dos hormônios da felicidade e quando liberada provoca a sensação de prazer, satisfação e aumenta a motivação Fazer exercícios físicos regularmente pode ajudar a baixar o cortisol e a reduzir o estresse, que é uma das causas de cortisol alto 8- DESCOLINIZE SEUS QUADRIS (RE-BO-LE MUITO!) Fique um pouco de cócoras diariamente. Se puder faça uma aula que tenha essa abordagem de soltura de quadril. Faça com prazer e não mecanicamente. Quanto mais se faz, mais solto seu assoalho pélvico vai ficar. Mais sangue circula. Mais energia circula. Mais memórias ruins são liberadas. Mais prazer você sente. 9- ENTENDA OS MOTIVOS QUE TE IMPEDEM DE SE APROXIMAR DOS SEUS DESEJOS E DISPEÇA-SE DELES. Terapia Psicoterpia Corporal Terapia Sexual Sexological Bodywork Estude Educação Sexual Esteja pronta para educar seus filhos! 10- SORORIDADE Respeite as escolhas de outra mulher sem julgar Não dispute ou estimule rivalidade Nunca reforce estereótipos ou reduza outra mulher Aprenda a respeitar e admirar mulheres ao seu redor Estenda a mão Elogie Mostre que você a enxerga de verdade Dê força para ela continuar projetos importantes 11- TERAPIA DO SORRISO Escolha sorrir para você e para seu corpo. Não seja o tempo todo séria. Brinque, fale bobagens, gargalhe, traga leveza para seu dia! Coloque despertadores ao longo do dia para pequenas pausas, para respirar profundamente, agradecer e sorrir para seu corpo, sua potência e sua feminilidade. O sorriso diminui o cortisol, o hormônio do estresse, e promove uma visão mais otimista das situações. Sorrir gera empatia e confiança nas pessoas ao nosso redor, tornando as relações mais harmoniosas. O sorriso ajuda a resolver conflitos de forma mais leve e eficaz, tornando-nos mais resilientes. Um beijo carinhoso, Lu Terra. Lu Terra para a coluna Terapia Sexual Encontre-a no Instagram:@luterra.terapeutasexual
- Coração de mãe
Hoje não foi uma terça-feira comum, acordei antes do habitual para levar meu filho ao exército, ele precisava se apresentar. Quando foi mesmo que ele virou um homem que eu nem percebi? Coração de mãe é mesmo complicado, ao mesmo tempo que dá um orgulho danado ver o desenvolvimento dele, dá também vontade de pegar no colo e cuidar, proteger, independentemente da idade ou da barba no rosto. Quem inventou isso de que as mães precisam deixar seus filhos voarem mesmo? Eu sei que é o certo, mas como é difícil! Deixei ele na porta do quartel aqui da cidade e voltei para casa sem saber como seria seu próximo ano. Não havia nada que eu pudesse fazer além de tomar o meu café habitual e aguardar. Esquentei a água, coloquei as três colheres cheias de café no filtro e meu olfato se deliciou por alguns minutos. O café desceu queimando a garganta, ou seria um choro querendo sair? Fiquei ali, saboreando meu momento favorito do dia enquanto um filme passava em minha mente: o nascimento, meus peitos sangrando para amamentar devido a mastite que tive, a primeira fruta, os momentos na praça em que eu corria atrás dele enquanto estava descobrindo o mundo. O primeiro dia na escola, meu coração apertado com a primeira viagem sozinho. Pensei no tempo das coisas e nos nossos momentos juntos que hoje são raros. Lembrei da minha mãe e como deve ter sido difícil para ela passar por tudo isso também. Percebi que o papel havia apenas se invertido, eu havia mudado de lado, só isso. Por um momento a culpa quis se aproximar e tomar café comigo “e se eu tivesse jogado mais bola” “e se eu tivesse feito mais carinho” “ e se eu tivesse cantado mais suas canções preferidas” “por que eu trabalhei tanto”? Não, não! Sem “e se” porque se a gente deixa a culpa tomar conta a mente pira de vez. Não, vamos esquecer os “e se”, ok? A gente faz o que pode, não é mesmo? Mães fazem o que podem!!! Damos nosso melhor com tudo que temos no momento e o que precisamos é de paciência para esperar e aproveitar o tempo que temos com eles, quando estão por perto. Bom, não demorou muito para aquela ligação que eu esperava: - Vem me buscar, mãe!? Meu filho foi dispensado do exército. Fui buscá-lo, comemos um pastel e ele pegou o ônibus para ir embora para a cidade grande. Foi viver a vida dele, passar pelas experiências que ele precisa passar. Existe uma pesquisa que diz que 90% do tempo que os pais passarão com seus filhos são antes dos dezoito anos, os outros 10% serão no Natal (com sorte), dia das mães ou aqueles momentos de “Oi mãe, passei rapidinho, mas já estou indo”. Não é pessimismo, é a vida acontecendo. Quando isso acontecer é sempre bom lembrar de como nós fomos quando batemos as asas da casa dos nossos pais. Ah, e nesse momento virá aquele pensamento à mente “agora eu entendo minha mãe”. Já aconteceu com você? Sigo daqui, esperando pelo nosso próximo encontro e confiando que dei meu melhor, afinal mães não são heroínas. Entre erros e tropeços, a maior parte do tempo a gente acerta. E sem manual de instrução. Deixo meu beijo no coração de todas as mães que lerão estas palavras. Ive Bueno para a coluna Universo Feminino Encontre-a no Instagram:@euivebueno
- Arrisque ‘acessibilizar’
Quem já utilizou uma rampa para se locomover porque quebrou ou torceu o pé ou ainda porque está gestante ou está com alguma dificuldade de se movimentar – mesmo que temporária - sabe valorizar o bem que ela oferece. Cada metro concluído do trajeto é uma vitória da mobilidade autônoma. A acessibilidade não atende apenas às pessoas com deficiência. Ela também facilita e muito a vida de outras pessoas que não têm deficiência. A dinâmica de criar meios acessíveis às pessoas com deficiência fez nascer inúmeras soluções que inicialmente foram criadas com o foco nas pessoas com deficiência, mas acabaram sendo estendidas para objetivos além da inclusão e são muitos os exemplos. A máquina de escrever mecânica é uma dessas invenções. Sua criação tem diversas patentes e autores, mas uma delas é atribuída ao inventor italiano Pellegrino Turri. Em 1808, ele criou a máquina de escrever para se comunicar por cartas com a mulher por quem era apaixonado e que havia ficado cega, a condessa Carolina Fantoni da Fivizzono. Ela não escrevia mais as cartas à mão e a partir da nova invenção do amado, poderia corresponder-se sem a intervenção de terceiros. Somente decorando a posição de cada letra no teclado. Com os avanços da tecnologia, novos recursos foram criados especificamente para viabilizar o acesso das pessoas com deficiência ao mundo virtual, as chamadas tecnologias assistivas. Porém, muitos deles miraram as pessoas com deficiência e acabaram conquistando os demais usuários e transformando a nossa realidade com facilidades das quais não podemos mais abdicar. Esse é o caso das tecnologias touch e zoom, que permitem aproximar a imagem na tela do computador, do celular, do tablet, com o toque dos dedos para torná-la maior e mais visível. Essa facilidade foi desenvolvida para ajudar pessoas com baixa visão. Assim como as mensagens de textos nos celulares, criadas pelas operadoras para atender pessoas surdas. Os equipamentos de assistentes virtuais como a Alexa, também foram idealizados para ajudar pessoas com deficiência que não podem usar as mãos para interagir com o equipamento. Hoje, eles estão nas casas das pessoas em todo o mundo, nas empresas e oferecem inúmeras utilidades. Um time diverso na empresa faz da mistura de culturas, opiniões e vivências o aumento da competitividade nos negócios, traz mais inovações e mais conexões com seus clientes. A acessibilidade é um direito que beneficia além da pessoa com deficiência. Quando se escolhe não oferecer acessibilidade, escolhe-se excluir pessoas e a exclusão é responsabilidade de todos. Promover a acessibilidade em todas as suas oito dimensões é garantir que o capacitismo dê passagem (literalmente) a todo ser humano. Porque afinal, por onde passa uma pessoa cadeirante qualquer pessoa pode passar. ‘Acessibilizar’ é antes de tudo ‘dar passagem’. É humanizar! Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro Encontre-a no Instagram: @carolinaignarra
- A dor da gente não sai no jornal
Matéria de O Globo de 30 de agosto trouxe estatísticas aterradoras sobre suicídio entre adolescentes e jovens no Brasil. O mote para falar no assunto era a história tristíssima do rapaz de 14 anos, que tirou a própria vida, após ser vítima de bullying em uma escola particular, onde era bolsista. O assédio foi ignorado pela escola, a família não se deu conta da gravidade e o menino não aguentou a pressão. "A tendência do suicídio no Brasil vai na contramão dos números globais - enquanto, de 2000 a 2019, o número caiu 36% no mundo, no país ele subiu 43%." Diz o artigo do jornal. Por quê? Se eu disser que tenho a resposta, estarei mentindo. Vários fatores contribuem para esta situação assustadora e ao mesmo tempo oculta. Ninguém quer falar sobre o tema, os casos são muitas vezes omitidos, o tabu silencia o debate. Mas precisamos abordar o assunto, se quisermos entender e transformar essa vertente do sofrimento humano, cada vez mais frequente. A maior parte da minha clientela sempre foi composta por adolescentes e jovens. Acompanhei vários casos onde o risco de suicídio aparecia, seja de forma velada, seja explícita. Mas, meu primeiro contato com o que talvez seja a dor emocional mais avassaladora, foi pessoal. Era um dia 17 de maio, uma manhã suave, de brisa fresca. Eu cursava uma pós graduação e, ao sair da aula, vi que haviam várias chamadas perdidas de uma amiga, que fazia aniversário naquela data. Liguei de volta, crente que receberia algum convite para os festejos. Mas, não. A notícia era devastadora e me lembro desse momento, em câmera lenta, como se fosse agora - embora tenha ocorrido há mais de dez anos. Uma amiga em comum, linda, inteligentíssima, excelente profissional, carismática, amorosa, havia partido por decisão própria, com cerca de 40 anos, deixando dois filhos, um deles bebê. Como ela tinha se mudado para outro estado, havia seis meses que não nos víamos. Em nosso último encontro, com um grupo de amigas, tomamos um café especialmente agradável. Ela, com o bebê no carrinho, muito alegre, parecia feliz. Até hoje essas duas cenas não se encaixam na minha memória de jeito nenhum. Como aquela mulher solar, que todas admirávamos, havia chegado naquele estágio de desespero sem volta? A partir desse dia, fui estudar e me aprofundar nos abismos da alma que levam a esse desfecho. A primeira informação fundamental é que a pessoa que tira a própria vida não "deseja morrer". O ato em si quase sempre é o último recurso para lidar com um sofrimento literalmente insuportável. Essa alma humana está em busca de paz, de silêncio e sossego, de pausa nas emoções incontroláveis que lhe torturam corpo e mente. Alguns pedem ajuda ou socorro, antes do desespero final. E não são escutados ou levados a sério, como o menino da escola paulista. Outros, desalentados, escondem sua dor por não acreditarem mais que possam ser apoiados. E decidem, em silêncio, encerrar o martírio interior de forma definitiva e inapelável. Aos familiares e amigos, resta o vazio, a culpa, a incompreensão, os questionamentos, auto-cobranças, a revolta, a perplexidade. Que os acompanhará para sempre, como uma marca indelével da tragédia que vivenciaram. As questões ligadas à saúde mental pouco a pouco ganham o imaginário coletivo, a mídia, a vida de pessoas comuns e celebridades. Felizmente tornou-se mais comum e aceitável expôr seus limites psíquicos, como fez a ginasta Simone Biles, nas olimpíadas de Tóquio. Mas o ranço conservador e preconceituoso permanece. Acredito que a maioria dos brasileiros ainda pensa que a dor emocional deve ser suportada, escondida, omitida. Quando, na verdade, falar sobre ela em um ambiente terapêutico é o melhor caminho para a saúde e a cura. Sou defensora ferrenha da psicoterapia para todos. Quem busca ajuda psicológica precisa de alívio para suas dores, dúvidas e questionamentos. Eu costumo dizer que os adultos deviam fazer uns bons 10 anos de terapia, antes de decidir ter filhos. E os filhos, se apresentarem sinais de desencaixe social ou pessoal, também podem se beneficiar demais dessa ajuda. Eu pratico o que prego há mais de 40 anos. Meus filhos foram atendidos desde pequenos, quando precisaram. Meu marido seguiu meu exemplo, há mais de 30 anos. Não é vergonhoso, não é ser fracassado, não é motivo para humilhação. Tratar da saúde mental é sinal de lucidez, de autocuidado, de amor-próprio e sensatez. Encontramos milhares de dicas sobre "skincare" nas redes sociais, mas muito pouco informação correta sobre bem-estar psíquico. Como se a aparência da pele, nosso precioso invólucro, fosse mais importante do que a saúde da mente. Voltando à pergunta do início do texto, de por que o Brasil vai na contramão das estatísticas sobre índices de suicídio, trago algumas reflexões - e nenhuma resposta definitiva. Acredito que a onda conservadora e preconceituosa que varre nosso país torna cada vez mais difícil a aceitação das diferenças. O menino, que mencionei no início do texto, era negro, gay, periférico e bolsista em uma escola de elite. E sofria ataques de colegas justamente por estas características. Hoje é comum os colégios caros abrirem espaço para alunos de baixa renda, como forma de compensar a extrema desigualdade social que enfrentamos. Seria uma atitude louvável se estudantes, funcionários, professores e coordenação fossem devidamente treinados e orientados a lidar com essa alteridade. Não são, nas escolas que conheço de perto. Na prática, o racismo - que é estrutural e precisa ser combatido - é escamoteado por discursos paternalistas. Da mesma forma, a homofobia, o elitismo e muitas formas de opressão passam ao largo, como se fossem problemas invisíveis. E o adolescente ou jovem adulto que é alvo de discriminação acaba lidando sozinho com a violência, murchando sua alegria e vitalidade, mergulhando numa espiral de dor e sofrimento que pode culminar no suicídio. O rosto dessa tragédia é negro, homem, jovem e pobre.Como é o perfil das vítimas de tantas outras desgraças que poderiam ser combatidas neste Brasil ainda tão desigual e excludente. Eu adoraria terminar este texto com algum fio de esperança. Mas não será possível. Apenas sugiro a todas e todos que enfrentam algum sofrimento psíquico, que procurem ajuda profissional. Na maioria das cidades de médio e grande porte há serviços de psicoterapia gratuitos ou por valores acessíveis. E, em casos extremos, você pode recorrer ao CVV (Centro de Valorização da Vida) ligando para o 188. O atendimento é gratuito e funciona 24 horas, o ano todo. Adriana Moretta para a coluna Ciranda da Terapeuta
- É assim que acaba
"É Assim que Acaba" é um romance contemporâneo escrito por Colleen Hoover que aborda temas complexos como amor, relacionamentos abusivos e o ciclo de violência doméstica. Publicado em 2016, o livro rapidamente ganhou uma grande base de fãs por abordar temas complexos e emocionais, além de apresentar personagens profundos e cativantes. A protagonista, Lily Bloom, é uma jovem determinada que, após um passado difícil, tenta construir uma vida nova em Boston. Ela abre sua própria floricultura e, aos poucos, vai conquistando sua independência. Lily conhece Ryle Kincaid, um neurocirurgião charmoso e ambicioso, por quem ela rapidamente se apaixona. O relacionamento entre os dois parece perfeito no início, mas logo surgem sinais de que Ryle possui um lado sombrio. Paralelamente, o romance de Lily com Ryle é colocado à prova com o retorno de Atlas Corrigan, seu primeiro amor e uma figura importante de seu passado, que traz consigo uma série de sentimentos e questionamentos que Lily acreditava estarem enterrados. Conforme a trama se desenvolve, Lily se vê dividida entre o amor que sente por Ryle e a consciência de que está presa em um ciclo de abuso semelhante ao que sua própria mãe enfrentou. A presença de Atlas em sua vida complica ainda mais a situação, reavivando sentimentos e memórias que ela havia tentado enterrar. Colleen Hoover constrói a narrativa de forma a fazer o leitor sentir empatia por todos os personagens, mesmo aqueles que cometem erros graves. O livro não apenas retrata os altos e baixos de um relacionamento abusivo, mas também explora a complexidade das emoções envolvidas, especialmente o amor e o medo. Lily é uma personagem forte, mas sua luta interna entre o desejo de amar e a necessidade de proteger a si mesma é dolorosa e realista. "É Assim que Acaba" é uma obra poderosa que convida o leitor a refletir sobre temas delicados e importantes. Colleen Hoover não apenas conta uma história de amor, mas também uma história de sobrevivência, força e resiliência. É um livro que toca profundamente e que fica na mente do leitor por muito tempo após a última página ser virada. Se você busca uma leitura envolvente e emotiva, este livro é uma excelente escolha. Andressa Adarque para a Coluna Resenha da Maria Scarlet