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1086 itens encontrados para ""

  • No Seu Dia…

    No seu dia, espero que esteja pronta. Pronta para entrar no picadeiro da vida adulta, aquela que todos dizem ser a melhor, mas que é a mais perigosa… espero que esteja pronta para se aventurar no mar de rosas que sua cama se tornará, cada vez que você precisar de refúgio, e espero que esteja pronta para as guerras de controle, espaço e direitos que se iniciam neste novo ciclo. Saiba que, de todos os caminhos que desejar seguir, o caminho mais suave será o do “consenso”, porque não adianta planejar uma caminhada com apenas uma bússola. O Mundo a dois é muito maior que as rotas pré-definidas e quase todas as opções são válidas, se você se sentir completa. Entenda que a linha de chegada é o que menos importa na verdade; importante é saber caminhar nesta estrada torta, que por vezes te mata de sede, em outras te mata de amor. É certo que a paixão termina em algum ponto sombrio, mas sempre que você se lembrar de como se sentia quando estava apaixonada, poderá reviver este sentimento, em todas as vezes em que se imaginar de volta ao seu “grande dia”… Não pense que a vida a dois será fácil, saiba que ela será fácil, se você quiser. E se o peso de todas as mágoas e desentendimentos não for suportável, existe sempre aquela rota de fuga que veio junto com o kit de salvamento, aquele que você ganhou junto com a sua reluzente aliança. Não hesite em usá-lo caso as suas lágrimas sejam mais constantes que seu sorriso largo e sua gargalhada espontânea. Lembre-se de que durante esta caminhada você estará acompanhada, mas  que a caminhada ainda é só sua. Então é você quem decide o caminho que quer seguir, e você também deve escolher o ritmo dos passos e a frequência das paradas para se abrigar da chuva ou tomar um pouco de sol. Voltando ao seu grande dia, espero que ele seja apenas mais um dos grandes dias que você desfrutará na sua vida colorida e cheia de amor. Espero que você esteja preparada para este dia, mas se não estiver, tudo bem; o importante mesmo é que esteja “feliz”… Fui! (Desejar sorte no caminho…) #carrossel

  • Meu Amigo Autista

    Ele foi classificado como “autista”. Não entendeu realmente o significado deste nome; por certo não por falta de inteligência, mas sim por falta de interesse. Assim são os autistas: pessoas que se interessam por detalhes que muitas vezes nos escapam à vista, que passam por nós de forma despercebida… São eles, os “autistas”, que encontram razão onde não conseguimos enxergar nada, que transformam em poesia um simples arabesco de concreto, que meditam em meio ao caos de uma cidade louca como a nossa. Eles também se desesperam quando não podem quebrar alguma barreira ou quando encontram algum desafio que lhes parece intransponível, mas sua diferença está mesmo na generosidade que têm em nos deixar entrar no Mundo deles. Se ajustam à vibração do tom que usamos, nos acomodam nos contornos do seu olhar sensível e nos revelam, aos poucos, sua vontade genuína. Os autistas são pequenos seres de luz que se encontram no meio da bifurcação das nossas vontades e do propósito da nossa existência. Eles podem encontrar o caminho para a felicidade em uma fração do tempo que levamos para percorrer esta grande avenida chamada vida… Fui! (Celebrar a vida com meu amigo autista…)

  • Não Se Importe Tanto…

    Se eu pudesse te dar um conselho, só um no meio de tantos que você recebe, seria: “não se importe tanto”. Por quê? Porque somente nós mesmos temos o poder de fazer os incômodos passarem, assim que pararmos de dar tanta importância a eles. Sempre que nos sentimos mal, com aquela dor que insiste em nos visitar no meio da tarde, com aquela agonia que surge no meio da madrugada ou com aquela dúvida que não sai do nosso inconsciente, nos esquecemos de percorrer as ladeiras fáceis da nossa versão otimista, aquela que está sempre lá, pronta para nos salvar nos dias incessantes de chuva. Somos nós quem deveríamos olhar melhor para os outros ângulos desta esfera chamada vida, aqueles que se escondem nos arbustos da nossa vaidade e que nos guiam com segurança para as escolhas mais certas, sempre que conseguimos focar neles. Então, de novo, se você escutar meu conselho, vai perceber que essa mania de prestar muita atenção aos detalhes chatos da vida é algo cotidiano para todos nós, mas muito raro na vida de quem decidiu ser feliz quase o tempo todo… Fui! (Tentar não me importar tanto…)

  • A Redenção do Rio

    A Moça chora pela perda do filho pródigo, e com as mãos ensanguentadas, segura a bala que perfurou o peito preto do menino que sonhava ser jogador de futebol… essa mesma bala também resvalou no cabelo loiro do policial que tentava ajudar, mas que fora impedido pelo chefe do seu batalhão, que era amigo dos caras que vendem armas em cima do morro que leva ao céu mais rápido que o Bondinho do Rio de Janeiro. Esse mesmo morro abrigava o filho de uma doméstica conhecida da família, a Dona Rosa, que deixou crescer mais espinhos que flores em seu jardim de desilusões… era o seu filho que entregava o pó branco que circulava nas festas do menino Joca, aquele que veio de família rica e que fez faculdade pública, mas que acabou experimentando a erva daninha nas aulas em que cultuava o socialismo puro, quase tão puro quanto o pó que consumiu cada batida do seu frágil coração. Dona Rosa hoje consola a moça que chora pela perda do filho e, mesmo sem saber seu nome, se sente próxima pelo sofrimento que a pobre exala pelos poros da sua pele cor de ébano… Dona Rosa pensa em chamar a mulher para se acostar na sua sala, mas sabe que seu marido pode estar em casa, cheio de cachaça e com desejo de bater em mulher desarmada. A moça, então, se levanta e diz que vai encontrar seu outro pretinho na linha do trem para Vigário Geral; ela está cansada de sofrer pelo que não tem remédio pra curar. A Moça vai andando pedir esmola na mesma esquina em que alguns travestis se acotovelam para tentar a sorte de terem o que comer neste enorme teatro chamado Lapa. Sandra, a prostituta trans mais famosa da área, percebe a agonia da moça preta que acabara de perder seu valioso rebento e resolve ajudar. Carrega a coitada para o novo lar que Tião lhe presenteou: um apartamento novinho, em um condomínio fechado ma Barra da Tijuca. Foi a troca que Tião fez para calar a amante de tantos anos, aquela por quem ele tem amor e vergonha, em um misto de destino e preconceito; para que Sandra não contasse aos moços do comando da Comunidade que Tião é fruta e é doce, quando não está com o fuzil nas mãos… Chegando na comunidade, depois de algumas horas de viagem, a moça recebe um copo de água e um pedaço de cobertor velho para se acostar em um canto cheio de sujeira e restos de obra do apartamento mal-acabado no final da rua ilegal em zona de Mata Atlântica devastada. As águas começam a chorar dos céus, atendendo ao pedido de Redenção da comunidade do Rio de Janeiro, que já não aguenta mais tanto tiro, tanta doença e tanta desgraceira. As águas limpam o cheiro de morte cotidiano impregnado nas esquinas de cada rua da Cidade Maravilhosa e levam alguns para o céu, para se juntarem a tantos outros, vítimas de todo mal que assola do Paraíso no Inferno de Janeiro… E, sem pestanejar, a Moça pede para o seu Cristo a sua própria redenção; pede para se unir aos escombros da sua própria existência, em meio ao caos desta Cidade tão linda que um dia chamou de casa. Ele atende seu pedido e, dias depois, leva junto com seu corpo o barraco elegante que fora construído ilegalmente em um terreno que não era de Tião nem de ninguém que ali morava. A Moça se levanta e corre em direção ao seu pretinho que havia morrido dias antes. Se encontra com Joca e o filho da Dona Rosa também. Conhece os amigos da Sandra que foram mortos por serem travestis, os amigos do policial de cabelo loiro que havia tentado ajudar, porque esse sim era bom de coração, e conhece o filho do homem que liderava a comunidade em que todos viviam morrendo de medo. O pequeno menino se chamava Lucas e havia morrido de uma febre forte em um dia em que os moços que vestiam branco não tiveram condições de olhar para ele… morreu ali, vítima do mesmo veneno que haviam morrido todos os outros presentes nesta sala celestial. Morreram todos de indiferença. Fui! (…)

  • As Gárgulas de Notre Dame

    Olhei-vos, pois, por tempo demasiado; tratei-vos com o respeito que pedistes, com a calma que clamastes e com a misericórdia que suplicastes. Elevei-vos à condição de nobres humanos que podiam adentrar o meu palácio sem que mal algum, de todos os séculos, guardado em meu interior, regurgitasse sobre vocês. Esperei a volta dos justos, que não aconteceu; anoiteci os dias mais cedo para fazer cessar a fúria de uns tantos que se encantavam por provocar o Senhor da Morte. Esperei um pouco mais para que os anjos se encarregassem de consertar o que ainda podia se sobressair aos sete pecados sem atribuir perda real de valor à raça humana. Propaguei o veneno da clemência para os que precisavam de punição e penitência; atendi aos enfermos da alma sem tocar em seu corpo santo; observei os exageros cometidos pelos homens que deviam propagar sua fé na nossa legião, vi seus demônios se abastecerem de perversão e promiscuidade genuína. Surpreendi-me com as profanidades e exorbitâncias feitas em nome de nada, por vagos acordos mundanos irrisórios que acabavam com o jubileu dos que alcançavam a Santa Fé, dos que tentavam comungar o elixir do prazer inóspito, em silêncio e meditação. Abstraí-me, pois, de ser clemente como vós sois ao bandido que exala morte com sorriso de vitória, que entorpece os pulmões com o ar negro do pecado comum e que transita entre o limbo do inferno e o colo de suas mães malditas, que geraram seres desprezíveis de bom-senso e altruísmo. Entrego-vos o destino do final desta nação, que já começa a usufruir das dores do novo holocausto social, em um alerta de que o Apocalipse se aproxima no tempo das batidas das asas dos anjos caídos e com a observância das Gárgulas de Notre Dame… Fui! (…)

  • Margaridas pelo Caminho

    Te deixo minha flor preferida… minha margarida ordinária e simples. Ela combina com a minha alma, igualmente simples e descomplicada.  E, se ainda assim, pareço complexa é porque me defendo com várias máscaras e com inúmeros traumas que transformo em gigantes arabescos para esconder a minha verdadeira beleza, aquela genuína que reflete a minha essência doce e sensível. Sou eu, acessível e verdadeira, que traz essa flor desbotada e um tanto suja, para fazer companhia à sua dor inquieta. Eu, que deixei tantas outras margaridas pelo caminho, transformo nossa história em mais um encontro fortuito, aquele encontro feliz em que rimos de nós mesmos às quatro da tarde, na hora em que não sentimos aflição pelo começo ou pelo final do dia. Te entrego uma das minhas margaridas para te dizer com sutileza que você é importante e essencial. Para demonstrar que não fui indiferente às suas dores e aos seus lamentos, só não podia entregar todas as minhas flores porque meu jardim ficaria escuro e sem vida. Preciso das minhas cores e dos meus perfumes, mas deixo um pouco para te distrair quando o inverno frio chegar e seus lamentos recomeçarem. Lembre-se de que o tempo que vivemos juntos será eterno em todos os momentos em que nos lembrarmos dele. Agora eu vou, mas deixo um pouco de mim no seu caminho. Um pouco de nós e um pouco de você, rindo ao meu lado. Se te fiz sofrer ou chorar eu peço desculpas; provavelmente era a minha versão mascarada que estava se defendendo dos meus próprios medos. Mas, se te fiz feliz também, te peço que se lembre dessa pessoa, da que carregava margaridas para te ver sorrir… Fui! (Deixar minhas margaridas pelo caminho…)

  • Se você soubesse…

    Se você soubesse o quanto penso em você, não sofreria tanto de solidão; se você soubesse o tempo que passo pensando em todas as possíveis estratégias para resolver seus infinitos conflitos, dos mais fúteis aos mais complexos, ficaria encantada com a minha criatividade… Se você soubesse como eu gostaria de te dar um colo, todas as vezes que seus olhos se enchem de lágrimas, você se sentiria mais segura para enfrentar seus medos e desafios; se soubesse da luta que travo todos os dias para não dizer as verdades que tanto te machucam, mas que são tão sinceras, talvez você passasse a olhar melhor para as suas atitudes intempestivas e mudaria alguma coisa no seu discurso ácido sobre a vida e as pessoas. Se você soubesse o quanto essa mágoa te faz mal, talvez parasse de cultivá-la nesse labirinto de emoções que é o seu coração, e talvez, se você conseguisse entender que o mundo não vai parar de girar sem você, mas que vai girar de uma forma mais melancólica e silenciosa, você começaria a repensar a sua vida e viveria melhor cada etapa… Se você soubesse o quanto é importante, talvez não precisasse se flagelar tanto, seja comendo, fumando ou tentando chamar a atenção através das suas malcriações… se você soubesse que tudo o que traz consigo é tanto, talvez não precisasse pensar em mais nada que não fosse, simplesmente, ser feliz. E se você soubesse o quanto é amada, talvez não precisasse tanto escutar essa declaração. Se você soubesse… mas, pensando bem, acho que você sabe de tudo. Você sempre soube. Fui! (Dizer mais uma vez que te amo…)

  • Depois da Tempestade…

    Vi muitas pessoas passando; vi brigas e desencontros… vi a chegada dos pequenos novos membros da minha família e vi a alegria que espalhavam ao correr no chão que tanto contemplou nossas dores e desesperos. Vi suas graças e suas manhas, sem medida e proporção; vi o entusiasmo deles quando admiravam uma partida de futebol ou quando contemplavam um pedaço do bolo dela. Vi também a aflição da matriarca dos meus, quando percebeu que seu tempo já estava se esgotando; vi a tristeza tomar conta do semblante sereno e o sorriso que já começava a brigar para se fazer presente… Vi o rosto de preocupação dos que amam incondicionalmente, cada vez que ela saía, cada vez que ela voltava cambaleando e cada vez que ela não voltava. Vi a expressão de alívio nas muitas vezes em que, nas manhãs seguintes, ela chegava sorrateira, e vi também a raiva que os acometia, cada vez que percebiam que dependiam da sorte para salvar seu bem mais precioso. Vi os momentos de cobrança, de reza e de agradecimento, até o dia em que ela não voltou mais… Vi o rosto da matriarca enrijecer quando o silêncio tomou conta, quando os programas de domingo se tornaram meros coadjuvantes para as horas que passaram a caminhar em passos lentos. Vi a nuvem se tornar grande e pesada, as janelas serem fechadas às pressas e a água invadir os espaços possíveis para jorrar um pouco mais de dor pelas frestas oportunas, que deveriam ter sido consertadas, mas que eram negligenciadas… assim como as dores escondidas e os traumas mal resolvidos nesse enredo complicado chamado “história de vida”. Vi os cumprimentos dos que estavam em luto, vi sua luta para se levantar e seguir adiante no dia que sobrevivera à sua ausência doída. Vi o desânimo no seu olhar, a falta de tempero na comida que já não exalava o mesmo cheiro; vi o passar das horas se estender em uma tarde sem fim, em lampejos de condolência e otimismo, salvaguardados em instantes que misturavam egoísmo e sobrevivência. Vi, finalmente, a tempestade ir embora. Vi as janelas serem abertas novamente e a mesa ser posta com vontade. Vi os novos entrarem com fome e vontade, vi seus complementos e suas versões do que representa a família de cada um. Vi a vida de várias gerações se misturar entre os que correm por este piso desgastado e os que admiram a sua corrida, do lado de cá ou mesmo do lado de fora desta janela, sempre que a tempestade vai embora… Fui! (Contemplar a maravilha que é a vida deles…)

  • Minha Fortaleza

    Você pensa que eu sou forte? Sim, sou. Na verdade, não sabia o quanto eu sou forte até o dia em que enfrentei a dor de te ver sofrendo e não consegui te livrar imediatamente daquele sofrimento. Percebi que sou forte em todas as vezes em que vivenciei o seu fracasso e, mesmo assim, continuei de pé, pronta para a próxima vitória que chegaria para você, porque eu sempre acreditei nas suas futuras vitórias, eu as via com uma enorme clareza, mesmo quando você não conseguia vislumbrá-las… Fui tão forte quando lutei contra meus demônios internos para não me descontrolar com aqueles que te machucaram com palavras, intrigas ou mesmo verdades. Fui mais forte ainda, quando dominei minha ira e contive minhas mãos impulsivas, que insistiam em devolver daquele empurrão que você levara ou aquele xingamento fortuito… e fui além: controlei a vontade que tive de destruir a imagem daquele que eu passei a odiar, mas que sabia que você amava tanto; passei a falar bem do meu desafeto, só para acomodar seu coração inquieto pela permissão de poder amar abertamente quem você tanto se importava. Sim, percebi que sou muito forte quando te vi ir embora da minha casa, de um dia para o outro, simplesmente porque você tinha uma outra história para viver, que não era necessariamente ao meu lado. E fui forte quando, aos prantos, menti sobre a minha alegria cotidiana longe da sua comida de todo dia, da bagunça do seu quarto ou do volume da sua televisão; jamais gostei de mentir para você, mas precisei várias vezes para não te preocupar, para não te aborrecer, para não te atrasar… menti e mentiria mais um milhão de vezes para que sua vida se tornasse plena e independente de mim.  Mas, a verdade é que a minha força vem mesmo de você. De quem que me mostrou um lado que eu desconhecia completamente, um lado em que me torno onipotente, toda vez em que escuto seu nome… Fui! (agradecer a você, a fortaleza em que você me transformou…)

  • Diferentes Crenças, Mesma Fé

    Todos nós somos seres humanos complexos. Somos cheios de crenças e valores distintos. Alguns se sobrepõem, outros se contrapõem e alguns se completam… Somos também controversos e difusos… Não sabemos ao certo se Laura ou Ana é a mais bonita, mas sabemos que ambas são lindas e distintas. Uma morena e a outra negra. Não são totalmente opostas como uma loura. Têm algo que as conecta, mas, no resultado final, o que se vê é a aparência… O mesmo ocorre no mosaico das religiões. Seguimos oficialmente uma religião, assim como uma estrada, que pagamos pedágio e seguimos as regras de sinalização. Mas isso não nos impede de, às vezes, e sempre também, pegarmos um atalho por outro caminho mais rápido ou mais bonito, ou ainda, com menos curvas… A estrada principal que escolhemos não é necessariamente a única que devemos seguir para chegar ao outro lado do morro… Podemos e devemos seguir quantas estradas desejemos, se essas estradas nos parecerem seguras, confortáveis e estimulantes. E todo caminho alternativo pode virar sua estrada definitiva. E, se não virar, há sempre a chance de voltar para a estrada inicial. Acreditar nos Santos da religião católica, não lhe impede que também acredite nos Orixás da Umbanda. Assim como ser evangélico, não deveria lhe impedir de ter aulas de Cabala, linha espiritual que tem origem no judaísmo… Se foi Jesus, Moisés, Buda ou Oxalá quem fez a minha vida realidade, eu só tenho a agradecer… Agradecer, a quem eu acredito e a todos os outros (em caso de…). E, quem sabe, se um movimento importante para a minha evolução espiritual, não seria justamente quebrar o preconceito que tenho pelo que não está impresso no meu critério de religião e começar a ter mais humildade para aprender que o completo do branco reúne várias linhas coloridas em uma circunferência perfeita, sem lados e opostos… Fui! (saudar Iemanjá…) Obs*: Crônica antiga, datada de 02/02/2012, aposentada no site.

  • Fé em mim

    De todos os caminhos que percorri, de todos os pontos que conquistei, de toda a vida que vi renascer nas margens do meu sofrimento, foi ali, nos braços dela que encontrei a razão de toda a minha busca. Ela, a minha paz interior, só me estendeu suas mãos em poucos momentos de plenitude, quando eu pensava ter conquistado, finalmente, a minha verdadeira vocação. Mas ela foi embora todas as vezes em que eu pensava ser onipotente e superior aos defeitos que me acompanharam por toda uma jornada. E todas as vezes em que duvidava de mim, da minha capacidade de me superar, de enfrentar os obstáculos que encontrava pela frente, era uma outra versão de mim que me saudava pelo caminho, aquela que nunca me abandonava, mas que pedia resiliência e paciência, sempre que o desespero aparecia, carregando a angústia e a descrença. Essa versão era aquela que eu chamava de “fé”, a minha fé que sempre me segurou, todas as vezes em que eu tentava olhar para o abismo do precipício mais servil e fácil. Caminhei por tanto tempo, por tantas estradas e, quando parei, vislumbrei um alguém pleno de perdão e repleto de histórias incríveis, com respingos de ensinamentos e arquivos lotados de aprendizados, sempre em consonância com o que eu buscava, mesmo quando não sabia exatamente o que era… Estava ali, bem ao meu lado, me mostrando o quanto eu pude mais quando contei com ela. Fui! (me conectar…)

  • “A fé remove montanhas” e, de fato, remove há mais de 2 mil anos. A utilização desta força manipuladora pode formar impérios, destruir gerações inteiras, arrastar multidões e fazer fortunas. Um claro exemplo foi o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtianide, 43 anos, que foi condenada a morte por tentativa de assassinato do marido e adultério. Um detalhe: o juiz decidiu que a morte vai acontecer por apedrejamento. Segundo Sakineh o homem que matou seu marido foi identificado e preso, mas não foi condenado à morte porque o filho de Sakineh o perdoou: “A resposta é muito simples. É porque sou uma mulher e acham que podem fazer o que querem com as mulheres neste país. Para eles, o adultério é pior que o assassinato, mas não todos os adultérios: um homem adúltero pode acabar na prisão, mas para as adúlteras significa o fim do mundo”. – relata a acusada. Este crime que vai acontecer está totalmente atrelado ao contexto político do país em questão. Esse contexto político por sua vez está também intimamente ligado à cultura dessa sociedade, uma cultura religiosa ao extremo, que trabalha na fé das pessoas de que adultério é tão grave ou até mais grave que o próprio assassinato. Isso está impresso na fé de uma religião. Que dita normas e regras de condutas, segundo os mandamentos sagrados de Alá, Buda ou Moiséis. Não sei bem de qual enviado, mas em algum momento alguém ou alguma entidade escreveu que isso era um pecado terrível e em pleno ano 2012 vai acontecer (mais) uma morte embasada em uma premissa de vários aspectos, mas predominantemente… religiosa. A fé, resumida em religião, disciplina e catequiza a mente de muita gente. Trabalha com o que há de mais eficaz para controlar a mente humana: o medo. O medo do desconhecido, do abstrato, do oculto. A fé é boa, é saudável, é necessária. É o que nos faz acordar todo dia e seguir adiante. Ter fé na vida. Ter fé nas pessoas. Ter fé em nós mesmos. O que me perturba é a religião como instituição. É a inibição e a arrogância. É o conceito do que está certo e do que está errado. É a manipulaçao psicológica que nos transforma a todos em “John Malkovich” enfileirados em uma fila de pão… Melhor rezar logo esse Pai Nosso para que eu possa dormir tranquila. Afinal, essas palavras podem ser apenas palavras… mas eu tenho fé nelas. Fui! Obs* crônica antiga, datada de 13/01/2012, aposentada no site.

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