Todos nós somos, de alguma forma, e, às vezes, de forma inteira, seres críticos. Somos capazes de criticar o que não faz parte do nosso universo, de reacionar frente ao distinto, de manifestar que a conduta de certos grupos é errada ou não apropriada. Ou ainda, ridícula e vexatória.
Somos seres humanos e, por isso, na maior parte das vezes, irracionais, movidos pela tentação de implicar ou de sabotar. Somos pequenos e frágeis. Somos todos críticos de nós mesmos. Não aceitamos os viciados em drogas, mas nós mesmos nos drogamos com outras formas de drogas... Quando não são os viciados em drogas, são os viciados em malhação que criticamos... Os corpos cheios de músculos e intervenções plásticas para ficarem parecido a um manequim de loja de produtos para ganhar massa muscular... Mas, se não é o nosso corpo nem o corpo do nosso companheiro de cama, por que a implicância???
Fazemos questão de ter milhões de contatos em nossas redes sociais, mas quando aparece um cartaz com a frase: "Temos várias vidas, a minha, a que os outros cuidam e ..." geralmente não resistimos e copiamos em nosso "mural"... então por que se abrir ao mundo em artifícios sociais, se não temos o interesse que os outros nos "cuidem" ou "vigiem" ??? É, como diriam os atores: o preço da fama... Por que é incrivelmente insuportável a felicidade de um filho quando é ao lado do desafeto feminino? Da mulher bela e jovem, que, sem pedir permissão, "roubou" o filho companheiro e se apoderou dele... aí a crítica é realmente inevitável....
Existem vários outros tipos de críticas em famíla, como irmãos que vivem criticando, primos que acusam, tios que lamentam... Mas é no ambiente de trabalho onde as criticas ganham mais ibope. E os chefes são sempre vítimas. Não que não mereçam, mas... para que criticar tanto a pessoa que lhe provê "o pão nosso de cada dia". Chefes são, por definição, chatos e irritantes; então, não precisam de críticas constantes, pois já as possuem de forma intrínseca...
Em alguns momentos pensamos que viver é difícil, e viver, sem criticar a absolutamente ninguém ou nada a nossa volta, torna mais difícil ainda a tarefa de viver "esses alguns momentos"... Ser um ser completamente benevolente e com muita tolerância também cansa, e o ato de "não criticar" torna mais difícil suportar o que é intolerante aos nossos olhos.
Criticar tudo o tempo todo não dá! Mas não criticar também é difícil... Então por que não tentar criticar o que realmente é absurdamente banal? Como a Luiza do Canadá por exemplo...
Fui!
Obs* Crônica antiga, datada de 02/01/2012, aposentada no site Mariascarlet.com