Todos os dias em que acordo eu peço para esse ser que me governa um pouco mais de tempo. E peço paz… peço um pouco de tudo que é bom demais para deixar pelo caminho; peço o que preciso para continuar. E peço perdão por todas as pegadas de erros que deixei na estrada.
E ele me diz, todos os dias, que o mar vai me trazer essa paz, todas as vezes em que ele vier me molhar e, juntamente com suas sábias ondas, limpar as marcas de areia que esculpi com meus pés pecadores.
Ele me diz também que as coisas boas que deixei pelo caminho eram boas, mas que provavelmente não eram mais necessárias. Conforta minha alma quando afirma que o que eu preciso está aqui, dentro da minha mochila velha, basta procurar com cuidado que eu vou achar.
Mas eu insisto e pergunto: “E um pouquinho mais de tempo que lhe pedi?” Ele sorri e me responde: “Quando acabar eu te aviso…”
Então sigo minha estrada, tentando entender um pouco dessa história que chamamos de vida, dos encontros e reencontros que nos seduzem e nos fazem sorrir, e dessa lógica sem sentido que é o tempo que pensamos possuir, que achamos tão longo quando sentimos culpa ou dor e que parece se esvair em segundos quando queremos prende-lo para sempre, em instantes que poderiam ser eternos se fossem verdadeiramente nossos…
Fui! (mergulhar nesse mar chamado vida…)