Um dia quando você acordar eu já terei partido. E ficará a saudade dos momentos que compartilhamos juntos, dentro e fora do meu corpo, ao seu lado e atrás de você. Ficará a lembrança do que fomos juntos e a certeza de que não poderia ter sido melhor de outra forma. Porque ao seu lado eu vivi a melhor versão de mim, a minha versão “mãe”, com todas as cores e sons que existem na palavra maternidade.
Ao seu lado eu aprendi a dar valor para a vida, no caso, a sua. Aprendi a ser mais responsável, mais atenta. Me tornei uma guerreira e lutei contra todos que te ameaçavam. Fui um perfeito desastre quando a ordem do dia pedia calma e inteligência emocional, me descompus diante dos desafetos que te rodeavam, chorei as suas lágrimas com mais fervor que você mesmo. E rezei… rezei a cada instante que você saía por essa porta, e cada vez em que você retornava seguro. Pedi tanto, a tantos Deuses, a sua felicidade. E não acreditava quando ela dava as mãos a um alguém indigno de você…
É… você sempre foi um pouco míope quando se tratava das suas escolhas amorosas ou de alguns recentes amigos de caminhada… mas eu conseguia enxergar bem e, mesmo quando você não me dava ouvidos, me aliviava poder te olhar e dizer “eu falei”…
A partir de agora você vai precisar enxergar melhor, vai ter que aprender a rezar sozinho e começar a dar mais valor à sua preciosa vida. Mas não se engane, eu estarei bem aqui, sentada na poltrona da sua sala, tomando meu café amargo e admirando a maravilha que é a sua vida.
Porque eu sou a sua mãe, e para uma mãe não existe distância que a separe do seu filho…
Fui! (agradecer…)