Entre tantas vírgulas, reticências e pontos finais, encontramos nossa arte no caminho escolhido e respiramos um pouco de nós a cada sorriso faceiro que esboçamos, no entardecer de um dia nublado. Somos levados ao limiar da nossa dor, mas não ousamos entregar-nos ao abismo da saudade, porque sempre acabamos nos lembrando que existem mais de nós espalhados por esse mundo enorme, em cada esquina iluminada, em cada frase de bem-querer e em cada música do nosso repertório de histórias.
Caminhamos descalços por essas ruas movimentadas, cheias de perigos cotidianos e alegrias fortuitas; paramos em alguns sinais e esperamos em outros, mas nunca desistimos de continuar pela avenida gigante, que transborda com as nossas emoções, cada vez que cruzamos a ponte dos desejos não realizados…
Buscamos um atalho sempre que nossos pedidos não são atendidos, tentamos nos reinventar e acabamos descobrindo a maravilha que é permanecer igualzinho, apenas com um novo olhar sobre nós. E no final, escolhemos refazer o caminho, talvez um pouco mais cansados e sem tanta disposição, mas com a mesma vontade para percorrer essa grande avenida chamada “Vida”…
Fui! (Viver 2023…)
Maria Scarlet