Olá, queridíssima leitora!
Chegamos a um assunto que incomoda, que dói, e atrapalha muito os relacionamentos. São várias as mulheres que vivem com isso e que não entendem que é uma disfunção muito relevante, e que pode ser tratada.
Recebo mulheres que, desde sempre se sentem inadequadas no sexo porque não conseguem sentir prazer, e sim dor. Muitas vezes o tesão que costuma vir nas preliminares vai se esvaindo e é até trocado por ansiedade por já saber que a hora H não vai ser gostosa. Estou falando de duas disfunções muito comuns: Vaginismo e Vulvodínia. Vamos falar sobre isso?
Vaginismo acontece quando o canal vaginal se contrai a ponto de não dar espaço para o pênis. As vezes não dá espaço para nem um dedo mindinho, e chega a ser uma tortura ir fazer um exame ginecológico. Junto com essa contração vem a dor.
Essa contração é involuntária e quase sempre nasce a partir de uma questão emocional. O corpo que já viveu um trauma “entende” que precisa se defender e como resultado, ele se fecha.
Esses traumas podem ser desde abusos, violências sexuais físicas ou verbais, repressão extrema por parte da família e religião, até experiências sexuais com parceiros ruins, tóxicos e agressivos na relação.
Não preciso falar o quanto nossa sociedade ainda é machista e não vê o prazer da mulher como algo tão natural quanto ao do homem, né? Infelizmente...
Existe também a possibilidade de o canal atrofiar por conta de outros fatores como tratamento para câncer, menopausa e algumas doenças. Existe a possibilidade de a mulher ter um nervo pinçado ou um tendão que “repuxe” o tecido do canal. Até cirurgias com tecido cicatricial muito rígido, sem flexibilidade podem causar dor.
E isso tem cura? TEM SIM!
Sabe como? Com meu trabalho como terapeuta e educadora sexual, reeducando seu corpo a relaxar e sentir prazer, a partir da neuroplasticidade do nosso cérebro. Dependendo da origem do vaginismo, pode ser necessário um trabalho em conjunto com uma fisioterapeuta pélvica.
Mas saiba desde já que NÃO É NORMAL SENTIR DOR NOS SEUS GENITAIS.
Já a Vulvodínia é algo que acontece do lado de fora do canal vaginal, ou seja, na vulva.
Essa dor ou incômodo pode vir de várias formas como fisgadas, ardência, sensação de alfinetadas e fissuras. As causas podem ser diversas também. Além da mesma questão emocional que citei no vaginismo, existem outras várias possibilidades. Gravidez é uma delas, a partir do peso do bebê. Algumas ISTs podem causar essa disfunção, principalmente a herpes genital. Varizes na vulva, exercícios físicos e “cistos de Bartholin” (nas glândulas próximas ao intróito vaginal) podem ser causas também.
E isso tem cura? TEM SIM!
Dependendo da causa, a cura pode ser um pouco mais lenta e pode exigir mais sessões e investimento da sua energia. Alguns exercícios indicados pela fisioterapeuta pélvica podem ser feitos em casa inclusive.
O ideal é que, aliado a qualquer tratamento, você tenha um acompanhamento terapêutico.
É importante saber que sentir dor ou incômodo nas relações é algo que mexe com a autoestima profundamente. Mulheres se sentem defeituosas, não dignas de sentir prazer e até, sentem-se inferiores aos parceiros(as) por conta desse problema.
É necessário resgatar o amor-próprio, acolher a dor e o desconforto e cuidar com carinho, atenção e dedicação. Se você tem alguma dúvida e precisa de ajuda, não deixe de escrever para mim, ok?
Um beijo carinhoso!
Lu Terra para a coluna Terapia Sexual
Encontre-a no Instagram: @luterra.terapeuta