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Valeu!

valeu

Depois de caminhar por tanto tempo ao seu lado me dei conta de que foi extremamente prazeroso ter a sua companhia. Nem sempre estivemos juntas, nem sempre fomos as melhores cúmplices ou parceiras, mas, em todos os momentos que compartilhamos nossa energia, fomos extremamente felizes.

Foi com você que eu aprendi a ser mais autêntica, mais despojada. Aprendi a rir de mim mesma e das minhas mais absurdas desgraças. Aprendi a rir da vida e de todas as furadas que escolhemos enquanto caminhamos sem rumo por essa terra inflamada de bons costumes chatos e arcaicos...

Me divertia quando você, solenemente autêntica, entoava o hino das mulheres fortes da nossa família. Te admirava quando você se transformava em algum animal irracional para defender suas crias e te seguia quando a ordem do dia incitava por um colorido como o seu.

Era uma cumplicidade que eu não sei explicar direito, mas que me fazia tão bem... e ser admirada por você era sempre tão importante para mim. Talvez porque eu sempre vi a mulher forte que se escondia por detrás de todos os remédios de tarjas vermelhas e pretas. Eu sempre te enxerguei, mesmo quando você mesma não conseguia se ver direito.

Eu vi o quanto a sua luz brilhou para todos os que te rodeavam. E hoje ela brilha ali, um pouco mais longe do que o seu endereço habitual, de tantos anos na mesma rua, mas brilha com a mesma intensidade e com a mesma vibração.

E, se eu tivesse que dizer algo para você, eu diria: valeu. Valeu demais cada segundo ao seu lado, cada aprendizado, cada risada, cada abraço...

Fui! (...)

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