Você me emprestou seus batimentos por alguns meses, me ensinou a ficar acordada de madrugada, me tirou a paz das tardes silenciosas e me deu um novo corpo. Você ultrapassou todos os limites da minha paciência e fez sucumbir a última gota de animação que eu ainda tinha para sair com meus amigos.
Você me mostrou um novo universo, cheio de desafios e enigmas impossíveis de decifrar; você impôs o seu ritmo e fez com que eu precisasse me ajustar, me pediu mais quando eu pensava já ter te dado tudo… e não parou por aí: você me fez rever todos os conceitos que eu tinha arquivado na estante da minha sala de estar, aqueles que são “imutáveis”, ou que eram, até você chegar.
Você espalhou todas as peças deste grande quebra-cabeças chamado vida e me fez remontá-lo inteiro ao seu lado. E depois de pronto, você trouxe um novo, cheio de novas peças, cheio de novas formas de ver a vida.
E assim vamos seguindo, nesse jogo eterno que não vai terminar nunca, nem mesmo quando a jogadora master sair de cena. E quem terá ganho? Nós dois, em uma troca que se eternizará em todos os batimentos compartilhados, em todas as horas não dormidas, em todos os jogos não concluídos, em toda a vida que vivemos juntinhos. Porque você fez a minha vida tão maravilhosa, que uma existência é pouco para definir a sua importância nela…
Fui! (Agradecer…)